Eu? Não! Só os outros são assim

em Beth Navarro
terça-feira, 04 de fevereiro de 2014
beth navarro

As relações na empresa devem ser (ou pelo menos deveriam ser…)as mais cordiais possíveis

O que se entende por uma relação cordial numa empresa?
Cordialidade entre TODOS os funcionários membros da empresa, educação no tratar com as pessoas, respeito mútuo e recíproco.

Destaquei a palavra TODOS, pois muitas vezes vemos que cordialidade, educação, respeito, simpatia só “acontecem” conforme o cargo que você ocupa, sabe como?
Vou citar um exemplo para me fazer mais clara.

Noutro dia, fui almoçar com uma amiga que agora ocupa a posição de vice-presidente da empresa na qual trabalha. Almoçamos no restaurante reservado à presidência, diretoria e convidados. Que chic! Pois é…fiquei espantada pelo número de cumprimentos e beijinhos que recebi. Quanta amabilidade!

Agora pergunto, ou melhor, saí de lá me perguntando: se eu estivesse almoçando com uma outra pessoal qualquer que fosse, por exemplo, uma secretária de setor, no restaurante comunitário dessa mesma empresa, será que eu teria sido cumprimentada tanto e tão efusivamente? Não tenho resposta para isso, e nem quero procurar esse resposta, verdade seja dita.

Não estou de forma alguma querendo dizer que as pessoas que trabalham numa mesma empresa devam amar-se incondicionalmente, mesmo porque isso seria uma falácia.

Amor incondicional é muito bonito, mas é um conceito ainda discutido apenas em alguns métiers, e também a luta pessoal de vários seres em busca de evolução espiritual, quando já compreenderam que sem amor descondicionado de “senões”não dá.

Repito: não me refiro a amor incondicional entre colegas de trabalho, mas também não precisa passar pela hipocrisia, certo? Palavra pesada, né?

beth navarro

Beth Navarro
Psicóloga, com especialização em Ps. Transpessoal e Pós Graduação em Constelação familiar.Coaching – Mentoring – Workshops: Orientação Individual e em Grup.

Muito se discursa em nome do relacionamento em local de trabalho. Na prática, no entanto, a verdade é bem outra. Existem sim “panelinhas”, conchavos, discriminações. E quando você cita esses assuntos em treinamento ou qualquer atividade dentro da empresa, todos fazem cara de “que absurdo, não sei como é que pode acontecer isso”, ou então balançam a cabeça negativamente, como se não acreditassem no que estão ouvindo. Hipocrisia! E da boa, da autêntica!

Você deve estar pensando: já que você sabe descrever tão bem atitudes hipócritas, porque não dá uma dica de como transformar isso?

Não tenho (e acho que ninguém tem), nem pretendo ter, fórmulas mágicas para acabar com os problemas de ninguém dentro ou fora das empresas. Posso apenas sugerir, dar pareceres que devem ser pensados por quem os ouve e então a pessoa decide se lhe serve ou não, se coloca em prática ou não.
Então aí vai: não é conselho, não é orientação, não é diagnóstico, não é nada disso. É experiência, é aprendizado, é vivência. Claro que estudei sobre o assunto, mas se não tivesse passado pela experiência, acho que a teoria teria ficado distante, talvez até esvaziada.

O que se pode fazer quando percebemos que estamos em uma situação de hipocrisia é procurar nos reconhecer na situação. Se acharmos que “só os outros” fazem isso, começamos mal…a reflexão pessoal é sempre o primeiro e melhor caminho para a transformação. Quando reconhecemos a situação e/ou nos reconhecemos na situação, podemos passar para o passo seguinte, que é o entendimento.

Se entendermos a situação, se entendermos os motivos que nos levaram a ter essa atitude descobriremos o melhor a fazer para mudar isso.

Com o tripé reflexão pessoal – reconhecimento – entendimento, as chances de se chegar à transformação para um olhar e uma atitude saudável na empresa e na vida é muito alta.
Você quer garantia disso? ?

Não dá…eu seria hipócrita se te desse essas garantias! Só posso dizer que comigo deu certo, e com muita gente que conheço também.

Tente!

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