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Um bom plano tributário para solidificar a governança corporativa

em Opinião
sexta-feira, 17 de março de 2023

Marcelo Simões (*)

O investimento em um departamento tributário eficiente, seguro e dinamizado pode ter motivações variadas.

Seja para garantir uma relação sustentável com órgãos fiscalizadores, reduzir a margem de erros jurídicos ou identificar oportunidades fiscais que agreguem valor ao negócio, não há como desconectar a relevância do tema de empresas preocupadas com o ordenamento e a integridade de suas atividades.

Porém, ao adotarmos um olhar mais abrangente sobre o assunto, considerando todas as vantagens a serem extraídas por meio do aprimoramento da área tributária, caímos em uma concepção extremamente válida e próxima à realidade: um bom planejamento tributário transforma a governança corporativa em termos gerais, sendo parte vital de toda e qualquer organização.

. Levando inovação à gestão tributária – Discutir o fortalecimento do departamento tributário sem inserir o componente digital nessa equação seria uma atitude, no mínimo, incongruente. Não por falta de fundamento: segundo um estudo desenvolvido pela IBM, 78% de lideranças brasileiras classificam a tecnologia como prioridade.

Esse movimento vai de encontro à modernização do sistema tributário e suas vertentes de fiscalização e comunicação. E claro, se autoridades oficiais estão percorrendo um caminho de inovação, é natural e preferível que o segmento privado não permaneça alheio a mudanças tão promissoras.

Por meio de um projeto que acompanhe um diagnóstico preciso quanto à natureza fiscal da companhia, o uso de ferramentas digitais pode funcionar como um ponto de ignição ao setor tributário, priorizando ganhos de eficiência, melhores relações tributárias e um ambiente orientado por pilares de conformidade e transparência.

A implementação de uma tecnologia de ponta, que unifique conhecimento especializado e soluções de prestígio comprovado, torna possível uma reformulação completa sobre o fluxo de informações, regras e demais processos envolvidos no cumprimento de prazos, obrigações e demandas impostas pela legislação.

Como consequência, além de construir um espaço de pleno Compliance Fiscal, o contribuinte terá reflexos enriquecedores para outros braços internos importantes, referentes à esfera administrativa do negócio.

. E o que muda para a empresa? – Direta ou indiretamente, um setor tributário modificado por medidas como as citadas anteriormente traz luz à uma série de benefícios, mirando o gerenciamento empresarial.

No âmbito financeiro, por exemplo, a redução da carga tributária, dentro de um plano de fundo de estabilidade fiscal, impacta o fluxo de caixa e ajuda a garantir um capital de giro sem surpresas desagradáveis. Em um efeito dominó bem-vindo, a própria competitividade da empresa sairá estimulada.

Com base em uma política de menos custos e mais lucratividade — sempre sob um compromisso firmado com a austeridade fiscal de todos os procedimentos adotados, sem exceções -, a organização exerce um passo crítico para um posicionamento de confiabilidade junto ao público.

Assim como uma companhia credenciada por princípios compatíveis com um mercado que já não tolera, em nenhuma circunstância, sinais de descumprimento e fragilidade tributária.

(*) – Graduado em Economia pela Universidade Estadual de Londrina, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é Diretor de Operações e Cofundador da Comtax (https://comtax.com.br/).