Eduardo Neubern (*)
Está chegando ao fim o ano que provavelmente foi o mais desafiador do século para a humanidade.
A pandemia exigiu mudanças profundas na sociedade e na economia, impondo medidas de distanciamento social para a população e fechando as portas de estabelecimentos praticamente da noite para o dia. A crise foi devastadora para diversos negócios, cortando boa parte do faturamento de empresas dos mais variados setores, principalmente as pequenas e médias, resultando inclusive no encerramento das atividades de muitas ao redor do país.
Diante deste cenário adverso, a busca pelo crédito naturalmente cresceu, dificultando o acesso do empresário a recursos para socorrer seu negócio. Uma pesquisa do Sebrae feita em abril, no começo da crise, apontou que 60% dos pequenos empresários tiveram seu pedido de empréstimo negado pelos bancos. Como consequência desta conjuntura, funcionários de empresas também foram impactados.
De acordo com informações do Banco Central divulgadas em maio, apenas 1% do orçamento destinado ao financiamento de folhas de pagamento, o que equivale a R$ 413,4 milhões de um total de R$ 40 bilhões, foi emprestado. Os dados preocupam e exemplificam o receio dos bancos com uma possível inadimplência, mas a saída do empresariado pode estar em algo presente no dia a dia de qualquer pessoa: a tecnologia.
A utilização de recursos tecnológicos e dados para oferecer serviços financeiros de maneira mais personalizada e competitiva já é uma realidade e são oferecidos por empresas que chamamos de techfin, uma aliada importante na retomada dos negócios. As funcionalidades proporcionadas pela tecnologia na economia não são uma novidade, contudo mais do que nunca, devem ser bem exploradas pelos empresários, tendo em vista o cenário desafiador em que nos encontramos.
Com as facilidades viabilizadas pelos serviços de techfin de maneira totalmente integrada ao software de gestão, as empresas podem hoje ter acesso a recursos como antecipação de recebíveis, mais prazo para o pagamento de boletos de fornecedores, linha de crédito adicional aos clientes e até uma simplificação de empréstimo consignado, automatizando e descomplicando etapas, além de reduzir os custos de todos esses trâmites.
É um fato: a saída do mercado para uma retomada mais forte, produtiva e com menos obstáculos passa por soluções de tecnologia. O uso mais intensivo de dados torna as ofertas de serviços mais inteligentes e personalizadas para cada caso, melhorando a experiência de uso, reduzindo risco e principalmente diminuindo burocracias, um dos principais desafios enfrentados pelo empresariado brasileiro.
Apesar das dificuldades que a pandemia trouxe em 2020, é fundamental absorver os aprendizados desse período para vislumbrar os frutos já no próximo ano. Para isso, um gerenciamento facilitado e confiável dos dados de uma empresa é o passo número 1 para um 2021 mais promissor, com diagnóstico aprofundado sobre as medidas necessárias para controle de valores e aumento de produtividade.
A tendência é que cada vez mais as companhias de tecnologia passem a aderir ao conceito de techfin, oferecendo serviços financeiros a seus clientes. Diante da grande dificuldade de acesso ao crédito e da constante necessidade de simplificar e automatizar processos, o combustível monetário que falta para o seu negócio pode vir junto com o seu sistema de gestão.
(*) – É diretor executivo da TOTVS Techfin.