96 views 6 mins

Seja feliz!

em Opinião
terça-feira, 19 de julho de 2016

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Por que ser infeliz e alimentar a tristeza? Estamos aqui, vivos.

Esse já é motivo suficiente para grande alegria, basta se esforçar para entender por que estamos aqui e para onde vamos, desfrutar tudo que nos é permitido, manter o corpo e fortalecer o espírito sempre, para que tudo o que vier seja acréscimo de Luz e felicidade. O ser humano afastou-se da naturalidade e quase nada sabe do significado da vida. Precisamos de uma nova educação que elimine o apagão mental e restabeleça a intuição, o bom senso, a lucidez e a consideração.

A humanidade de qualidade se faz com seres humanos despertos e com livros que precisam ser lidos. O saber está reservado aos que o procuram.
Precisamos tomar muito cuidado para não cairmos na vala comum dos insatisfeitos e descontentes, incapazes de ver o copo meio cheio, optando sempre pelo olhar desconfiado que só vê o que lhe falta e não agradece pelo que recebe; “meio vazio” é o que dizem, isto é, sempre olham para o que de pior os humanos criaram com a falta de força de vontade dirigida para o bem. Parece que trazem em si essa tendência de não se alegrar com as coisas simples da vida.

Na indolência da vida mecânica não se procura mais pelas respostas que elucidem os enigmas da existência; não há movimento, apenas uma porção de hábitos que travam a mente e o espírito. Uma luta tem de ser travada por todo aquele que quer se libertar. Sem esmorecer, temos de enfrentar as artimanhas do raciocínio, a vontade mental que a todo custo quer impedir que o espírito adormecido desperte e retome o seu lugar de condutor da vida.

Enfrentamos um grave problema na educação e preparo das novas gerações. Ademais enfrentamos a invasão de nossa mente por imagens e sons que interferem na base da formação dos pensamentos e da vontade. As dificuldades aumentam assim como a violência no mundo. Os sentimentos e pensamentos tomam forma e acabam dominando os cérebros desprecavidos para ações indizíveis. A intuição ficou sem forças para dirigir a vontade diante da força cerebral mais desenvolvida.

O ser humano está embrutecendo progressivamente pois o coração está engessado, a boa vontade está morrendo a cada dia, prevalecendo o individualismo, o descontentamento e a ignorância sobre a vida e suas leis. Os pensamentos de ódio e revolta se adensam pelo mundo sufocando o impulso para as coisas nobres e boas que formam a base sadia do pensar que promana da vontade do espírito. Precisamos preparar gerações aptas a desenvolver o seu potencial criativo; que tenham consideração e capacitação para uma convivência pacífica e qualidades para enfrentar os grandes desafios da vida, sem transformar o planeta num deserto inóspito e desumano.

A época é de dificuldades; exige o estabelecimento claro das metas que queremos alcançar, trabalho de equipe, desprendimento, humildade. Como no futebol, precisamos de simplicidade. O que se passa no futebol, se passa na vida real. O individualismo é uma prática persistente. Quando o jogador quer a glória para si e acha que só ele é o certo, fragmenta a equipe, prende a bola, ninguém faz gol, o time não ganha. Falta uma ação integrada e coesa para o bem geral. Falta o desenvolvimento dos atributos humanos: generosidade, lealdade, consideração, seriedade, bom senso, pensar com clareza.

As massas permanecem no marasmo que sufoca as individualidades. Falta empenho no bom preparo da população para levar a vida com toda a seriedade, voltada para a meta a ser alcançada, visando a melhora das condições gerais de vida. Por que ser infeliz e cultivar as mágoas, quando há tantas coisas para aprender e tantas coisas para as quais podemos estender a mão de forma auxiliadora, contribuindo para a melhora?

(*) – Graduado pela FEA/USP, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.library.com.br) e (www.vidaeaprendizado.com.br). Autor de: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano, entre outros ([email protected]).