Erik Penna (*)
“É feliz quem valoriza o que tem. É infeliz quem valoriza o que falta” – (Spencer Johnson).
Certa vez, encontrei um amigo que trabalhava como motorista numa empresa de transporte de cargas, perguntei como estava a vida e ele me respondeu que andava desmotivado. Reclamou do excesso de trabalho, das viagens intensas e disse que não estava feliz, pois, nesse período, quase não tinha tempo para aproveitar a convivência com a família e não conseguia curtir momentos especiais ao lado do filho único.
Encontrei esta mesma pessoa seis meses depois e perguntei como estava. Ele me respondeu que se encontrava desmotivado, explicou que seu ganho mensal havia diminuído bastante, afinal, ganhava uma comissão sobre cada trajeto que fazia e que, devido à crise econômica, o número de viagens caiu e tinha dias que nem saía de casa.
Repararam onde está a lupa desta pessoa? No negativo, no que falta e, por isso, nas duas ocasiões ele me respondeu que estava desmotivado. Vamos às mesmas situações com outros olhos, agora com um foco mais positivo.
1- Na primeira situação, uma pessoa otimista poderia responder que estava feliz e motivada com o trabalho intenso, pois isso lhe proporcionaria uma grana extra para fazer uma reserva financeira e realizar a compra de um produto que sempre desejou.
2- No segundo caso, ele poderia responder que estava feliz e motivado, pois apesar do volume de viagens ter diminuído consideravelmente, estava aproveitado o tempo livre em casa para curtir intensamente cada momento com a esposa e filho. Inclusive, tem se beneficiado deste período para fazer programas incomuns, como passear no parque e ir ao cinema com a família, já que há muito tempo não faziam isso juntos.
Repare que a situação com foco no negativo foi a mesma nos dois casos e em ambos meu amigo disse que estava desmotivado e infeliz, sendo que, com um olhar positivo, ele poderia aproveitar o melhor que cada fase tinha para oferecer. Qual é a diferença básica entre os casos, levando em consideração que a situação é a mesma em ambos? A questão decisiva está em onde colocamos a lupa da nossa vida, se enfatizamos o que temos ou o que nos falta.
Não permita que a preocupação com alguma situação lhe tire o que há de especial em cada dia. Aliás, quando você se deitou ontem, lembrou-se de agradecer por mais um dia de vida? Se o seu olhar tem sido mais pessimista, segue uma dica: crie o hábito diário de anotar numa folha de papel ou no celular qual foi a melhor notícia do dia, assim, você passará a procurar, encontrar e enfatizar pontos positivos que antes passavam sem que percebesse. Aproveite cada momento para ser feliz, até porque eu penso que a felicidade não está num lugar aonde a gente chega um dia, mas sim, no caminho que percorremos diariamente.
Eu mesmo, quando sigo de uma palestra para outra, fico sozinho nos aeroportos esperando horas e horas por voos e conexões. Ao invés de ficar reclamando do salão de embarque lotado, das longas filas ou da espera pelo embarque, prefiro focar em tornar estes momentos produtivos. Então, aproveito para ler o jornal do dia, acessar a internet quando há sinal disponível, atualizar alguns slides da minha apresentação ou ainda escrever um texto como este. Portanto, antes de reclamar pare para pensar: “Será que eu poderia aproveitar este tempo para fazer algo ou vivenciar uma ocasião especial?”.
Outro dia, um professor perguntou em sala de aula: “Qual é o movimento do pêndulo do relógio?”. Um aluno respondeu: “Ele vai e volta”. E o professor disse: “Na verdade, o pêndulo vai e vai, afinal, o tempo nunca volta, só vai e vai para frente”.
Portanto, seja feliz hoje. Viva intensamente cada minuto!
(*) – É palestrante motivacional, especialista em vendas, consultor e autor dos livros: A Divertida Arte de Vender; Motivação Nota 10; e 21 soluções para potencializar seu negócio. Site: (www.erikpenna.com.br).