Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
Desde longa data a humanidade tem se mantido desconhecedora das leis naturais da Criação e, consequentemente, da força sexual e sua influência na ascensão espiritual.
Durante longo período prevaleceu o tabu do sexo, pressionando os seres humanos com a falta de compreensão, medos e sentimentos de culpa, como se estivessem submetidos a uma programação geral e coletiva das mentes promovida pela religião e pela família, mantendo-os na ignorância e forçando à abstinência sexual.
Agora, como resultante da programação coletiva voltada para o consumismo, as novas gerações vivem a era da liberação total para fazer o que bem entendem.
Com a indolência do espírito, o sexo se tornou o mais forte impulso motivacional aproveitado intensamente por tantos apelos e estímulos comerciais. Chegamos ao limite da desfaçatez e da falta de responsabilidade individual. É a negação do ser humano que se tornou incapaz de gerir a própria vida com seriedade de propósitos.
São os modernos templos da decadência que aniquilam as novas gerações antes mesmo de se fortalecerem e se prepararem para gerir a própria vida e conduzirem o futuro da humanidade.
A sexualidade faz parte da natureza do corpo terreno. Para ampla compreensão, a Mensagem do Graal, de Abdruschin, contém os esclarecimentos para aqueles que sinceramente desejam retirar da consciência o peso do fardo da ignorância:
“A satisfação das necessidades naturais do corpo só poderá beneficiar o ser humano interiormente, isto é, o desenvolvimento do espiritual; jamais estorvará, do contrário o Criador nunca o teria instituído”.
A energia espiritual incandesce o espírito para sua plena atuação na matéria, com seu livre arbítrio e plena responsabilidade, fato que ocorre na transição para a fase adulta da vida. Com o predomínio do raciocínio, a atividade sexual se foi desvinculando da afetividade, do amor das almas, transformando-se numa atividade hedonista e exacerbada. Com a vida estressante, há pouco espaço para encontros acolhedores de alma para alma, prevalecendo a busca do prazer imediato.
Na aspereza da vida, muitos casais se agridem com palavras pesadas, mentiras, e com atitudes grosseiras de egoísmo e falta da delicada consideração impedindo o relacionamento íntimo duradouro. Não há aquela atmosfera acolhedora do estar juntos, se compreendendo, se aceitando, se amparando, desenvolvendo alvos elevados, se fortalecendo mutuamente com o amor das almas.
No dizer de Abdruschin, “matrimônio existe apenas onde paz e harmonia imperam como algo natural; onde cada cônjuge procura apenas viver para o outro e proporcionar-lhe alegria”.
O aumento do número de divórcios mostra bem o estado precário das relações entre homens e mulheres. Com o distanciamento das almas, ideias e propósitos, a desarmonia vai se instalando, isolando o casal sem que nenhuma das partes faça um esforço para criar pontes para salvar o casamento. Apenas com as afinidades e a consideração sincera, criam-se laços afetivos sólidos para o início de uma nova forma de viver. O bom relacionamento afetivo pode formar uma base mais natural.
As afinidades espirituais, a mútua consideração, o amor, o relacionamento sexual, deveriam despertar os casais para, em conjunto, estabelecerem alvos elevados, contribuindo decisivamente para o progresso da humanidade.
(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). Autor de: Conversando com o homem sábio; Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; e O Homem Sábio e os Jovens ([email protected]).