Vinícius Callegari (*)
Não é novidade que a chegada da rede 5G desperta muita curiosidade e causa algumas dúvidas de como será seu impacto em diversos setores da economia.
Quando olhamos para o mercado industrial, por exemplo, com o avanço desse recurso – ainda engatinhando por aqui. Novos produtos e serviços poderão ser criados e desenvolvidos. É muito interessante já ter a percepção que com essa consolidação, a conectividade entre pessoas, ativos e processos será extremamente veloz e transparente, seja na sua casa, no escritório ou em uma fábrica.
Outro fator que precisa ser levado em consideração é que uma rede 5G pode ser tanto pública quanto privada, e falando sobre a utilização pelos brasileiros, trata-se de rede pública. Devido ao extenso território nacional, o governo precisará atuar por prioridades e isso ainda não está bem claro e definido.
Um exemplo: será dada atenção especial para regiões onde não se possui infraestrutura de fibra óptica? Ainda há muitos questionamentos e planos que necessitam ser desenvolvidos para comportar tal tecnologia.
Falar e fomentar a inovação que o 5G pode trazer para as indústrias, teoricamente, deveria ser do interesse governamental. Porém, historicamente, não enxergo capacidade de execução para que isso aconteça em larga escala e rapidamente. Uma boa saída para o segmento industrial, quando disponível, é desenvolver redes privadas em 5G para processos específicos.
Pensando em benefícios para os negócios e na aceleração de processos, tenho certeza que o 5G será ótimo! A primeira grande vantagem é a sua flexibilidade. As redes de quinta geração possuem a mesma performance do que as redes de fibra óptica, mas totalmente Wireless, o que reduz o custo de infraestrutura e também drasticamente a energia consumida no processo. Essa alta velocidade e conectividade alavancarão aplicações em nuvem, automações e inteligência artificial.
A possibilidade de novos negócios na indústria é uma certeza. Porém, muito do que nascerá ainda está em estudo e precisa ser testado na prática. Podemos citar como exemplo, a visão computacional. Atualmente, para se ter streaming de vídeo em uma grande operação de logística de máquinas móveis de forma online, é necessário desenvolver redes wireless por toda a planta.
Se formos falar de tráfego por chips M2M, o valor para que a transmissão de dados ocorra a contento é inviável. O 5G trará toda essa velocidade e capacidade de transmissão de altas massas de dados. Logo, câmeras se tornam ativos importantíssimos para a gestão de operação e a partir de algoritmos desenvolvidos em um software, será possível abrir novos caminhos para a gestão da produtividade de ativos, pessoas e máquinas dentro de uma mesma operação.
A parte de segurança nas operações também evoluirá bastante quando falamos de visão computacional. Atualmente, já estruturamos uma massa gigantesca de dados dos equipamentos móveis e das pessoas que estão sob nossa gestão. O próximo passo é desenvolver aplicações de inteligência artificial e predição que facilitarão a vida dos nossos clientes no controle de produtividade e aumento de compliance e segurança nas operações logísticas.
Por fim, podemos ressaltar que com certeza esse avanço tecnológico é positivo. Principalmente para nós, que vivemos de software. Quanto maior a capacidade de conexão e envio de dados entre máquinas e pessoas, melhor será a nossa possibilidade de desenvolver aplicações inteligentes.
E que venha o 5G e as novas atualizações para o mercado industrial.
(*) – É CCO e Head de Desenvolvimento Comercial da GaussFleet, maior plataforma de gestão de máquinas móveis para mineradoras e siderúrgicas.