145 views 5 mins

Humanidade sem rumo

em Opinião
terça-feira, 15 de agosto de 2017

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

A construção da Terra seguiu uma linha cuja meta era dotar o planeta de todas as condições para acolher a vida com sustentabilidade.

Cabia aos humanos e seus governantes compreenderem exatamente como a natureza funciona em sua automaticidade. Movidos pela cobiça de poder, os homens descuidaram disso; improvisaram, inventaram, contornaram, mas logo os efeitos surgiram e hoje o planeta apresenta terríveis sinais de deterioração ambiental, econômica e social.

Na natureza tudo foi sabiamente disposto para que houvesse paz. Com as escolhas que fizeram, os homens atulharam esses caminhos com todo tipo de obstáculo. Num mundo dominado pelo materialismo, onde as pessoas não sabem por que estão vivendo nem se esforçam para compreender isso, o espírito enclausurado tinha de adoecer e ficar incapacitado para captar a imperecível energia espiritual para seguir a vida e evoluir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de drogas é responsável por cerca de meio milhão de mortes a cada ano. Mas este número só representa uma pequena parte do dano causado pelo problema mundial das drogas e é um sinal de que estamos perdendo o rumo. Sem o saber espiritual sobre a vida e aceitando o conceito de que com a morte tudo se acaba, decaímos numa forma de vida imediatista sempre tentando explorar uns aos outros e, com isso, criamos um mundo de asperezas e despido de amor.

Como conscientizar os jovens de que o estudo é para o bem deles mesmos, para que possam se preparar e buscar melhores condições de vida? Mas com famílias desestruturadas, sem terem frequentado creches capacitadas para dar bom preparo, muitos deles ficam sujeitos às influências da mídia.

O governo deveria ter como prioridade conduzir os cidadãos ao aprimoramento e proporcionar qualidade de vida de forma equilibrada, educando e formando indivíduos que buscam a boa administração dos recursos da natureza e o equilíbrio financeiro. Mas além do aumento da miséria, um terço da população mundial está sujeita a condições climáticas que produzem ondas de calor mortais.

Governantes displicentes com as contas geraram déficits continuados, criando assim a ciranda do mercado financeiro, deixando de melhorar a eficiência na gestão do Estado que tende a se tornar corrupta. Eles se conformaram em cobrir esses déficits internos e externos com empréstimos. Com o avolumar da dívida, os credores passaram a exigir garantias de fluxo de caixa positivo para continuar emprestando, enquanto o país permanece sem rumo diante da impossibilidade de aumentar o PIB e a renda per capita.

A globalização priorizou interesses específicos de ganhos, descuidando do equilíbrio entre as nações. O populismo nacionalista se aproveitou do descontentamento geral para galgar o poder. Ambos descuidam da boa administração, abandonando a busca da continuada melhora das condições de vida.

No mundo altamente competitivo onde se defrontam sistemas diferentes de produção voltados para o mercado externo buscando moeda forte, faltam pessoas que se preocupem com a qualidade. Na medida em que os custos aumentam, muitos empresários vão relaxando, utilizando componentes inferiores, contratando mão de obra despreparada e sem dar treinamento.

O homem precisa de um novo foco para que se torne ser humano do bem com metas elevadas que busca suas origens com perseverança e confiança nas leis da Criação. Tudo depende disso para que as pessoas tenham motivação sadia para enfrentar as agruras do dia a dia, pois a geopolítica tem colocado os governantes olhando prioritariamente para a concentração do poder e riqueza em poucas mãos, e descuidando de suas funções.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]). Twitter: (@bidutra7).