Marcio Zeppelini (*)
Você sabia que a falta de engajamento dos colaboradores nas empresas, além de ser um problema crescente em todo o mundo, resulta em perdas financeiras alarmantes?
Segundo o relatório “State of the Global Workplace: 2022 Report”, do Instituto Gallup, US$ 8,8 trilhões (em torno de R$ 43,5 trilhões) são anualmente desperdiçados em produtividade, equivalentes a 9% do PIB global.
Esta preocupante realidade é tema obrigatório e recorrente na agenda de líderes e de conselhos de administração. Há tempos, compreendeu-se que a satisfação dos colaboradores não é apenas um indicador, mas uma alavanca estratégica para produtividade, rentabilidade e retenção de talentos. Mesmo assim, ainda não achou-se um caminho que permitisse reverter este quadro negativo.
Embora muitas pesquisas tenham sido conduzidas sobre engajamento, a maioria delas aborda a questão somente do ponto de vista emocional e psicológico do indivíduo. Decerto, o mercado precisa explorar melhor este tema sob a ótica das práticas corporativas, oferecendo resultados tangíveis não apenas para profissionais em cargo de alto escalão, mas para aqueles que gerenciam as mais variadas áreas, como RH, jurídica, administrativa e financeira.
O mais recente estudo sobre o assunto é o “Engaja S/A”, primeiro índice de engajamento organizacional do país desenvolvido para investigar este cenário. Foi idealizado pela Flash em parceria com a FGV-EAESP e o Grupo Talenses. De acordo com o levantamento, “apenas 40% dos brasileiros estão comprometidos com seus empregadores. Para piorar, há um gap de engajamento entre alta liderança e colaboradores: 61% dos executivos estão engajados, enquanto entre os profissionais que não estão no C-Level (CEO e os outros cargos de alto escalão executivo) este número cai para 33%”.
Pilares do engajamento
O primeiro pilar essencial para este processo é a criação de um ambiente de trabalho positivo, com iniciativas que promovam uma atmosfera que inspire esperança e motivação. Ao cultivar uma cultura organizacional baseada em valores compartilhados, um líder deve proporcionar um local onde os colaboradores sintam que seu trabalho é valorizado e faz a diferença.
Neste sentido, é igualmente importante conectar as atividades diárias aos objetivos mais amplos da organização. Verdadeiros líderes devem comunicar a missão de forma clara e assegurar que cada membro da equipe compreenda como suas atividades individuais contribuem para o sucesso dessa missão. Por isso, a confiança na liderança é um componente vital para alavancar o engajamento, mas esta posição só é conquistada com transparência e ética. Líderes devem ser autênticos, comunicar-se abertamente e envolver a equipe nas decisões estratégicas, construindo um ambiente de confiança mútua.
A implementação de boas práticas de gestão é um segundo pilar para promover o engajamento. Isso inclui estabelecer metas claras, fornecer feedback construtivo e promover o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. Deve-se, portanto, investir no desenvolvimento de habilidades de gestão e promover uma cultura de aprendizado constante.
O terceiro pilar é oferecer oportunidades de crescimento profissional e pessoal. Programas constantes de treinamento, mentorias e planos de carreira bem definidos são elementos-chave para manter os colaboradores motivados e engajados. Eventos e confraternizações, que mostrem e reconheçam os resultados do trabalho dos funcionários, são ótimas iniciativas para conquistá-los.
O incentivo à prática do trabalho voluntário entre os colaboradores da empresa é o quarto pilar da construção de uma estratégia que vai muito além de simples ações filantrópicas. Essa iniciativa não apenas fortalece os laços entre os membros da equipe, mas também contribui para a edificação de uma cultura organizacional mais solidária e engajada.
O trabalho voluntário dá aos colaboradores a oportunidade de se envolver em causas sociais e comunitárias em organizações do Terceiro Setor, promovendo um senso de propósito e realização pessoal. Além disso, ao dedicarem parte do seu tempo a atividades que beneficiam a sociedade, os funcionários desenvolvem habilidades como trabalho em equipe, liderança e empatia, que são transferíveis para o ambiente profissional.
Além disso, o voluntariado abre portas para networking e colaboração entre os próprios membros da equipe, independentemente de suas funções na empresa. Essa interação fora do ambiente de trabalho formal contribui para o fortalecimento dos relacionamentos interpessoais, melhorando a comunicação e a coesão no time.
Por fim, mas não menos importante, temos o quinto e derradeiro pilar – a remuneração justa dos colaboradores, que não pode ser negligenciada. Reconhecer e valorizar o trabalho dos funcionários, através de compensações adequadas, torna-se decisivo para manter um ambiente de trabalho motivador e sustentável. Líderes e gestores, ao implementarem práticas corporativas centradas no desenvolvimento humano e na construção de uma cultura organizacional sólida, não apenas impulsionam a produtividade, mas também fortalecem o impacto positivo de suas empresas na sociedade.
O engajamento de equipes é muito mais do que uma métrica; é um componente essencial para levar as empresas ao sucesso, a chave para #FazerAcontecer”. Que tal fazer uma palestra inspiradora para que o time de sua empresa tenha atitude para desenvolver os projetos da empresa e os objetivos pessoais?
(*) Mais conhecido como ZEPPA, é empresário, empreendedor social e REALIZADOR! Há mais de 30 anos montou seu primeiro negócio e não parou mais de #FazerAcontecer. Liderou a organização de mais de 2.000 eventos como CEO da Rede Filantropia e, como diretor-executivo da Zeppelini Editorial, é responsável por mais de 200 mil páginas de artigos técnicos e científicos publicados.