Rodrigo Maruxo (*)
Sabemos que o e-commerce para indústria não é uma novidade, mas também não é um movimento tão antigo assim.
Ao mesmo tempo que a internet trouxe possibilidades de mobilidade e agilidade para os negócios (com expressiva redução de atrito nas relações de consumo e/ou desempenho da cadeia produtiva), a indústria ficou muito tempo na espera, sem ingressar nesse mundo do comércio eletrônico. Com o passar do tempo, fomos percebendo que o mercado foi passando de uma aparente negação para uma relativa aceitação.
Aceitação essa relacionada às possibilidades de incluir a digitalização no desenho futuro das suas estratégias. Há poucos anos, grandes nomes do meio começaram esse trabalho e a desenvolver os primeiros projetos de e-commerce para indústria. Sejam projetos focados em atender o consumidor final de forma direta, sejam melhorando o relacionamento com seus clientes, desenvolvendo assim toda cadeia.
No entanto, uma coisa não dá para negar, não tem caminho de volta.
Depois da aceitação, cresce gradualmente o foco na construção de sinergia do negócio, fazendo uso das possibilidades que o digital oferece. Antes de tudo é preciso entender que a transformação digital acontece quando se utiliza a tecnologia para solucionar problemas tradicionais da empresa. Além disso, ela é construída através da adaptação, princípio fundamental em qualquer trajetória de sucesso.
Com isso em mente, podemos passar para o entendimento dos ativos digitais. Toda iniciativa que dá sentido ao movimento de transformação digital se torna um ativo digital da empresa. Com o tempo, as empresas vão criando um acervo digital, composto por: site institucional, canais digitais de atendimento, redes sociais e sistemas de autosserviço ou de gestão de força de vendas.
E o que isso tem a ver com o e-commerce para indústria? Quando um projeto de movimentação da indústria para o e-commerce é iniciado, é preciso considerar os ativos digitais já existentes e buscar a criação de sinergia entre eles, poupando tempo e dinheiro no novo projeto. Alinhar tudo isso deve ser uma das primeiras preocupações, uma vez que atendimento e treinamento podem fazer a diferença na hora de alavancar as vendas do comércio eletrônico. Os benefícios de investir no e-commerce para indústria e da transformação digital das empresas andam lado a lado.
Afinal, um está diretamente ligado com o outro. Essas vantagens incluem a capacidade de escalar o negócio de forma mais acelerada, a tomada de decisão mais segura, baseada em fatos e dados, o refinamento da visão geral do negócio, trazendo insights para o aprimoramento do atendimento dos agentes da cadeia e a ampliação das potencialidades de relacionamento com seus clientes e consumidores com o aumento significativo da capilaridade comercial.
Deve-se ter cuidado com conflitos de canais, que são todos os pontos de contato comercial, seja entre empresas ou com o consumidor final. Sendo assim, é importante produzir uma excelente comunicação com os agentes da cadeira sobre as iniciativas planejadas e em cias de ação. Ou seja, é importante garantir que a comunicação ficará centralizada na indústria e fluirá dela para toda a cadeia. Isso reduzirá muitos entraves e crises.
Manter estoques em níveis ideais é um dos grandes desafios do e-commerce para a indústria. Mesmo com ferramentas tecnológicas para acompanhar esses processos, na indústria é mais difícil acompanhar todos os canais de distribuição e ainda evitar a falta ou excesso dos itens em estoque.
O e-commerce por si só já possui uma operação logística mais complexa. Por isso, é uma questão que precisa ser pensada com cuidado para não criar ruídos no relacionamento com o consumidor final.
(*) – É especialista em soluções de e-commerce e sócio da MRX Consultoria.