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Como contratar e manter uma equipe sem onerar a folha

em Opinião
sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sérgio M. Baiges (*)

Em diversas indústrias criativas a demanda de trabalho costuma flutuar descontroladamente.

Um dos motivos é que, geralmente, as empresas tendem a realizar projetos individuais, com prazos determinados para início e finalização, e nem sempre há outros disponíveis de imediato. Sendo assim, a produção não funciona como numa fábrica onde os gaps são inaceitáveis e podem prejudicar, economicamente, uma linha de montagem inteira, por exemplo.

Justamente por não existir um fluxo constante, o empregador pode durante algumas semanas precisar de um volume grande de funcionários para cumprir um cronograma. Entretanto, com a aproximação da conclusão do serviço, lacunas podem começar a surgir entre um trabalho e outro, diminuindo a necessidade do número de contratados.

Por essa razão, encontrar a solução para manter uma equipe permanente sem deixar que isso comprometa a folha de pagamento se tornou um dos principais desafios das empresas, atualmente, visto as mudanças econômicas que estão a acontecer no mercado de trabalho. Um cenário em transformação que não precisa ser enquadrado necessariamente como crise, mas como uma oportunidade para se repensar o setor de recursos humanos.

Para se moldar a essa nova realidade, diversas empresas passaram a contratar os profissionais temporários, que trabalham muitas vezes de maneira remota, sem um contrato empregatício tradicional. São os talentos digitais da nova era, que prezam pela liberdade e independência, e preferem fugir da estrutura hierarquizada do mercado, popularmente conhecidos também como freelancers.

Entre as companhias que estão optando pela contratação desta categoria, há grandes nomes do mercado global, como GoPro, Wal-Mart, Nintendo, Apple e Google, apenas para citar algumas. Todas são marcas que observaram no setor freelancer uma vantajosa maneira de equilibrar a relação entre quadro de funcionários e projetos, com economia e sem perda de produtividade.

A multinacional e gigante da área de tecnologia IBM foi uma das que mais investiram no setor. Há mais ou menos três anos, a empresa ganhou destaque na imprensa internacional ao divulgar que estava estudando a possibilidade de substituir cerca de 8 mil de seus 20 mil trabalhadores na Alemanha por profissionais freelancers. O que faz muito sentido, já que por lá somente metade da população trabalha de 8 a 9 horas por dia e cinco dias por semana para a mesma empresa.

Outro motivo para que o modelo tenha caído nas graças das companhias é porque está em sintonia com o atual cenário da economia mundial. A contratação de talentos digitais, ou trabalhadores 3.0, ajuda na redução de até 40% dos gastos. Além disso, gera uma quantidade enorme de benefícios em termos de competitividade e eficiência, fatores que impactam diretamente no negócio do empresário.

Repensar os recursos humanos se tornou requisito primordial nos escritórios de RH do mundo todo. Afinal, com a mudança de comportamento das novas gerações e do mercado de trabalho, as organizações precisam se adequar para evoluírem suas práticas trabalhistas, tanto no que se refere à gestão de talentos, como no relacionamento com seus funcionários.

(*) – É CEO da Prolancer (www.prolancer.com.br).