José Geraldo de Barros Coscelli (*)
Você confiaria em um médico que, independente do seu problema, lhe oferecesse sempre o mesmo tratamento? Ou um mecânico que, não importando a marca de seu carro, utilizasse sempre as mesmas peças?
Colocando dessa forma, a resposta mais óbvia para as duas perguntas é não. Mas acredite, tem muita gente contratando agências de marketing digital dessa forma. Já está consolidada no mercado a ideia de que, com o advento e massificação da internet, as empresas em geral encontraram não só um novo meio de promoção de suas atividades e produtos, mas principalmente um poderoso canal de comunicação com seus atuais e potenciais clientes.
O que começou com um banner há alguns anos, hoje se materializa em campanhas integradas que incluem estratégias de inbound marketing, blogs, uso de redes sociais e um sem número de soluções tecnológicas. Tudo isso, somado às ferramentas de análise de resultados, tem o objetivo de ajudar as empresas a venderem mais e melhor.
Para compor esse mix de iniciativas e soluções, grande parte das empresas já percebeu a necessidade de contar com agências de marketing digital que, além de ajudar na criação de um plano estratégico, também apontem os melhores caminhos para sua execução. Deveria ser assim, mas não é bem o que temos visto no mercado.
No momento em que contrata uma agência para cuidar de seu marketing digital, uma empresa espera um trabalho consultivo, que entenda seu negócio e a oriente na execução de todas as fases do plano estratégico definido. O que recebe, na maioria das vezes, são soluções empacotadas e prontas, frutos de parcerias e acordos de exclusividade fechados com fornecedores de tecnologia ou de plataformas digitais. Este modelo, na média, gera algum resultado, mas nunca o que poderia ser alcançado de fato.
A verdade é que, ao se lançar no mundo digital, a empresa está posicionando sua marca e mostrando relevância em busca da lealdade dos atuais clientes e da conquista de novos clientes. Para isso ela precisa contar com todos os processos de comunicação existentes nestes novos canais absolutamente alinhados. Mais que isso, em algum momento, ao final do processo, ela vai buscar o retorno do esforço e da verba investida ali.
É nesse momento que a imparcialidade faz toda a diferença. A hora da escolha do orçamento disponível para os diversos canais digitais é um exemplo. Esta escolha precisa ser imparcial, pragmática e, principalmente, estar obrigatoriamente alinhada aos objetivos do cliente.
Para que isso ocorra, a agência precisa ter muito claro que o que funciona para um cliente, não vai funcionar para outro. Simplesmente não é possível padronizar o atendimento e as ofertas ou, ainda, direciona-los para o que for mais cômodo e habitual. O que menos importa nesse momento é se essa alocação será feita AdWords, Face Ads, canal de vídeo, e-mail marketing ou todos juntos.
O que fará diferença e atenderá ao planejamento feito junto com o cliente é a imparcialidade. É ela que vai permitir é executar a estratégia certa pelo canal correto, gerando o resultado esperado e comprometido. Isso só vai acontecer no momento em que a agência deixar um pouco de lado os seus parceiros, e concentrar seu foco nos clientes.
(*) – É CEO e fundador da Seven7th, agência de marketing digital consultivo.