Luís Antonio Torelli (*)
A crise econômica nacional e as consequentes oscilações do mercado interno em todas as áreas de atividade reforçam a importância das exportações.
Tal cenário enfatiza o significado da internacionalização da produção editorial brasileira, promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), através do Projeto Brazilian Publishers, uma bem-sucedida parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O próximo capítulo dessa história será escrito entre os dias 14 e 18 de outubro, na Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo no setor, na qual editoras brasileiras apresentarão seus lançamentos e catálogos a compradores de obras físicas e direitos autorais de todos os continentes.
Em março último, no 35º Salão do Livro de Paris, no qual o Brasil foi o Convidado de Honra, oito mil livros foram vendidos rapidamente em nosso estande, evidenciando o potencial das editoras nacionais para se tornarem exportadoras destacadas no setor. O sucesso de nossa produção editorial já havia se comprovado em outros eventos nos quais o País também foi o Convidado de Honra: Bogotá, em 2012; Frankfurt, em 2013; Bolonha, em 2014; e Paris este ano.
A crescente aceitação de nossas obras no mercado internacional também ficou clara na Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha/2015. O movimento no estande do Brasil gerou negócios estimados em US$ 120 mil. Num horizonte de 12 meses, as vendas realizadas devem somar US$ 280 mil, incluindo livros impressos e direitos autorais. Outro diferencial competitivo no mercado global é que as editoras brasileiras já têm apresentado projetos comerciais tanto para livros impressos como digitais.
Podemos propor a venda de direitos autorais para os diferentes formatos. Em todas as frentes, estamos justificando o empenho feito pelo projeto Brazilian Publishers, de fomento às exportações do conteúdo editorial brasileiro, também favorecidas neste momento pelo aumento do valor do dólar.
O impulso dos últimos anos e as homenagens ao Brasil nas principais feiras internacionais de livros não encerram um ciclo. Ao contrário, devem ser entendidos com um processo contínuo de conquista dos mercados editoriais em todo o Planeta. Temos tudo para isso, pois raros são os países com a diversidade cultural e étnica do Brasil, resultante da acolhida que os imigrantes sempre tiveram em nossa terra. Não é sem razão que nossa literatura toca a alma dos leitores de todo o mundo, como diz o slogan da nossa campanha: O Brasil lê o mundo. O mundo lê o Brasil.
Cabe-nos, portanto, multiplicar os esforços pela internacionalização de nossa produção editorial, na mesma proporção em que nos dedicamos à ampliação do hábito de leitura no mercado interno. Com empenho redobrado neste momento de crise, estamos fomentando as exportações. Felizmente, o caráter cosmopolita da brasilidade nos ajuda muito nessa empreitada.
(*) – É presidente da Câmara Brasileira do Livro.