Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
A questão do preparo das novas gerações requer o comprometimento não só do governo, mas de toda a sociedade.
Os problemas das cidades precisam ser examinados com objetividade e perseverante vontade de resolver, como é o caso da questão do transporte sobre trilhos nas grandes cidades. Infelizmente, quando se discute, há sempre um viés ideológico, seja de direitistas liberais para atender seus fins, ou esquerdistas que aparelham o Estado para dominar e controlar tudo; e o povo sempre fica esquecido.
O serviço precisa de mais eficiência; alguns usuários agem com displicência sem respeito nem consideração com o patrimônio público ou demais usuários. Há também os deploráveis ataques de homens anormais contra mulheres. O recurso mais importante é o fator humano. A educação não é uma etapa isolada, tudo influi a começar do preparo dos pais, da convivência doméstica, das músicas, leituras e programas da televisão. No Brasil, o descuido vem desde a proclamação da República quando não se ofereceu adequado preparo à mão de obra liberada das fazendas pela lei Áurea.
Há muitas coisas para serem corrigidas. A questão do preparo das novas gerações requer o comprometimento não só do governo, mas de toda a sociedade. Onde estão os ensinamentos dos professores que enobrecem a humanidade? Eles deveriam estar na sala de aula e em tudo o mais. A educação deve conduzir ao enobrecimento, formar pessoas com clareza mental e bom senso. O essencial é que o governo e toda a sociedade tenham como alvo a continuada melhora das condições gerais de vida.
O dinheiro é como a água que faz o moinho dos negócios girar. Girando e acumulando, expandindo os negócios até o limite, depois surgem os processos de armazenamento em paraísos fiscais e vão se separando da economia real, passando a rodar pelo mundo buscando ganhos, seja em empréstimos soberanos, especulação, bolhas, ficando tudo sujeito às instabilidades. Ativos se valorizam acima do que rendem.
Grandes dívidas ficam com a garantia defasada. Importante seria ampliar a análise das consequências sobre a armadilha do endividamento e do efeito bolha sobre os ativos. O volume de exportações coloca a China em destacada posição na economia global. O eficiente modelo chinês de governo mais enxuto, com plano único a que todos se submetem, tem despertado interesse como meio de conquistar e conservar o poder. É necessário examinar as consequências do confronto entre a economia socialista de mercado e o mercado liberal do ocidente que vai perdendo espaço na produção industrial e nos empregos.
O Brasil, que se subordinou às amarras americanas, tem de se cuidar para não se tornar apenas um polo de abastecimento de matérias-primas e alimentos para a China. Os países precisam ter objetivos, homens sérios e competentes, e uma estratégia flexível em busca das melhores soluções para que o progresso continuado seja alcançado.
Mas é preciso que a população também participe, e se o alvo for apenas de cunho material, a decadência moral e ruína serão inevitáveis como já tem ocorrido em diversas civilizações, que por falta de metas enobrecedoras, acabaram soçobrando como os egípcios, gregos, romanos, e os alemães no século 20. Sem a efetiva evolução material e espiritual, o homem não consegue construir obras duradouras.
A tirania sempre tem de ser combatida e banida. O que se lamenta é que a humanidade tenha decaído tanto a ponto de possibilitar o surgimento de tiranos impiedosos que se opõem ao real sentido da vida causando caos, miséria e retrocesso. As guerras mostram o coroamento da bruteza dos homens. O período entre 1939 e 1945 foi o mais negro da história da humanidade. Resta saber se na galopante maré do século 21 enfrentaremos fases piores.
(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]).