A pandemia modificou o cenário no varejo e exigiu rápida adaptação com soluções que não serão usadas apenas durante a crise. Elas virão para ficar. O uso de novas tecnologias, como Inteligência Artificial e Machine Learning, tendem a se intensificar, com o intuito de impulsionar vendas pelos canais digitais. “Uma das frases que mais tenho escutado no setor é que as últimas seis semanas têm sido equivalentes a seis meses do período anterior à pandemia. Isto mostra que existe um nível de aceleração no uso da tecnologia a favor do varejo ou a favor do público consumidor que nunca foi tão intenso”, aponta Rodrigo Cunha, diretor de Novos Negócios da Neurotech.
Para Edrei Costa, Diretor Comercial da Conductor, a jornada digital ganhou prioridade em linhas gerais. Segundo ele, um dos indícios deste fenômeno foi uma aceleração incrível na ativação de aplicativos por parte de clientes que possuem cartões private label. A explicação é que através deste instrumento o cliente conseguiu acesso a toda uma gama de serviços que permitem a ele fazer de forma digital tudo o que faria indo até as lojas. A própria Conductor adiantou o lançamento de um produto em parceria com a Neurotech justamente porque identificou a necessidade de responder imediatamente a essa demanda por serviços digitais por parte dos clientes.
Trata-se de um robô inteligente de atendimento associado ao WhatsApp que interage em toda a jornada do consumidor, fazendo todas as perguntas, respondendo de forma automática, ´pedindo documentos, submetendo dados aos motores no final do processo até chegar ao final, se o cliente for aprovado, liberando o cartão ou a conta digital. “O lançamento dessa ferramenta não estava previsto para esse ano”, disse.
A Fort Brasil também acelerou seus processos de transformação digital como resposta rápida à pandemia.
Segundo Juliana Freitas, fundadora da empresa, em apenas 3 dias foi desenvolvido um novo modelo de crédito internamente, para ajustar o sistema às necessidades do momento.A crise econômica tem acelerado a transformação digital do setor, visto que o isolamento social, exigido por questões de segurança e saúde públicas, levou o consumidor a dar mais preferência pelas plataformas online na hora de consumir bens e serviços.
“No começo da pandemia, nós vimos os volumes de crédito desabarem de uma hora para a outra. Mas conforme o passar dos dias, de uma forma surpreendente, notamos que aos poucos o volume normal foi sendo retomado sem a mudança do status do isolamento. Isto deixou claro que o varejo estava se adaptando com cada um buscando o seu melhor formato”, destaca Cunha. Segundo ele, a pandemia realmente deixará como legado um predomínio dos formatos digitais.
Neste novo momento o varejo físico não vai desaparecer, mas será explorado muito mais para gerar experiência às pessoas. “Nas lojas os clientes poderão tocar no produto e ter uma relação mais intima, porém o fechamento da compra será feita online. O novo normal vai tornar comum o uso de bots para fomentar a compra de forma digital, mesmo que o consumidor esteja dentro da loja física”, finalizou (AI/Compliance Comunicação).