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PIX ganha aceitação mas ainda representa menos de 1% do faturamento

em Negócios
sexta-feira, 14 de maio de 2021

O PIX tem ganhado espaço como meio de pagamento entre os lojistas online no Brasil, mas ainda está longe de atingir os patamares de aceitação de modalidades mais tradicionais como o cartão de crédito e o boleto. Essas são as principais conclusões de um levantamento realizado pela GMattos, consultoria focada em e-commerce e meios de pagamento, entre os dias 10 e 26 de março deste ano.

Na comparação com um estudo anterior, realizado em janeiro de 2021 também pela GMattos, o PIX deu um salto de 8,5 pontos percentuais na aceitação pelos lojistas, passando de 16,9% para 25,4% na amostra analisada – 59 lojas online de destaque no mercado brasileiro, nos mais diversos segmentos.

Também foram significativas no levantamento de março, em relação ao de janeiro, as altas verificadas na aceitação de wallets – crescimento de 5 pontos percentuais, passando de 49,2% para 54,2% – e do boleto – elevação de 8,4 pontos percentuais, saltando de 74,6% para 83%. As wallets ganham corpo com a vantagem de apresentar uma proposta de valor de simplificação no checkout, com potencial de aumento de conversão para os lojistas. A wallet preferida é o Paypal, presente em 27% das lojas analisadas.

O débito, por sua vez, também cresceu 5 pontos percentuais na aceitação, saindo de 37,3% em janeiro para chegar a 42,3% em março. Segundo Gastão Mattos, cofundador e CEO da GMattos, “essa é a modalidade que mais pode perder espaço para o PIX, por terem um custo semelhante – no entanto, a conclusão da compra onine pelo PIX é mais simples do que através do débito. Vale ressaltar ainda que a taxa de conversão de compras por débito é de 20% a 40%, enquanto esse percentual é de 90% no caso do PIX”.

No período contemplado pelo levantamento, dois fatores potencializaram o desempenho do débito bancário: a aceitação do Débito Caixa, para aproveitar os créditos da ajuda emergencial na pandemia, e o uso de integradores de débito, como Safetypay e payMee, facilitando o trabalho da loja (uma integração para várias conexões bancárias).

Inicialmente, esperava-se que o PIX conquistasse parcelas do território ocupado no mercado pelo boleto, mas não é esse o movimento que o estudo da GMattos mostra. Pelo contrário: o boleto se mantém como a segunda forma preferida de recebimento entre os lojistas analisados e ainda apresentou um crescimento de 8,4 pontos percentuais em relação a janeiro.

De acordo com a análise de Gastão Mattos, esse método de pagamento agrada aos lojistas por ter um custo menor que o do PIX, por exemplo: ele é fixo, de R$ 1 a R$ 2 por boleto pago, valor cobrado sobre cada transação efetivada, ao passo que o custo do PIX oscila entre 1% e 1,4% sobre o valor do tíquete médio, que está em torno de R$ 460. Há também uma explicação cultural para o sucesso do boleto: com ele, o consumidor, ao não pagar imediatamente como ocorre com o PIX, tem mais tempo de avaliar a compra e checar a empresa.

Outra disparidade entre essas duas formas de pagamento está no quanto representam do total do faturamento online do mercado: o PIX fica com uma fatia entre 0,5% e 1%, e o boleto soma 20%, ante 10% do débito. O levantamento da GMattos confirmou que o cartão de crédito se mantém como a forma de pagamento preferida entre as principais lojas online brasileiras, com uma aceitação de 98,3% – mesmo percentual verificado no estudo de janeiro para essa modalidade. – Fonte e outras informações: (www.gmattos.com.br).