As empresas familiares estão enfrentando desafios e oportunidades únicas. Adriano Galvão, sócio da AGV Gestão, observou que a resiliência e adaptação demonstradas pelas corporações no último ano influenciam positivamente a confiança empresarial, criando uma base sólida para enfrentar os desafios e explorar oportunidades neste ano.
Entre as principais tendências econômicas, Galvão avalia que o ganho de eficiência operacional, aliado a planejamentos integrados, que são os fundamentos clássicos de gestão a se implementar e/ou aperfeiçoar em uma organização. E se for sustentado por uma boa capacidade de execução, serão a tônica para o fortalecimento e crescimento das empresas, ainda mais se considerarmos as incertezas de mercado.
Outra dimensão importante na construção de bases sólidas para as organizações são os processos de Transformação Digital (TD) e Inovação, porém tratados e orientados de forma pragmática e objetiva nas empresas. Ainda que seja necessário o desenvolvimento de uma cultura de inovação e que as ações de TD devam ser “patrocinadas” pela alta-gestão, se não houver um norte claro e se a materialização das iniciativas não trouxer resultados palpáveis no médio-prazo, elas perderão a força e não trarão as vantagens competitivas que têm condições de gerar.
Outro fator importante é que os empresários se atentem para a gestão do caixa. Ainda que as organizações tenham bons planos orçamentários, estruturas de custo e boa visão de investimento, se a gestão financeira não for orientada e se não houver a capacidade de gerar e/ou preservar o caixa, gera-se uma fragilidade na organização que pode trazer consequências duras para o negócio. Ele não pode deixar de lembrar que a pandemia destacou a importância de cadeias de suprimentos resilientes. Empresas que investirem em diversificação e flexibilidade estarão mais preparadas para enfrentar interrupções.
Galvão identifica setores com desafios e oportunidades específicas. Para a indústria automotiva que enfrenta escassez de produtos, parcerias estratégicas são vistas como cruciais. A volatilidade das commodities e as instabilidades políticas globais são fatores críticos a serem monitorados. Galvão enfatiza a importância de relações comerciais diversificadas para mitigar riscos. “A situação geopolítica atual pode afetar o comércio internacional e as relações comerciais. Empresas devem diversificar mercados e considerar a resiliência em suas operações globais”.
Ainda falando de expansão e crescimento, apesar de toda instabilidade, esses cenários internos ou mesmo os globais geram oportunidades para as empresas e investidores que querem gerar riquezas: mercado imobiliário tendendo a retomar seu crescimento fortalecido pelo apetite do governo a incentivar esse setor, a indústria de bens de consumo de alto giro (alimentos, bebidas, vestuário etc) poderão gerar novos horizontes quanto a comercialização no mercado interno e também externo.
“Para navegar nas mudanças econômicas, é essencial uma transformação na gestão”, destaca Galvão. Isso envolve a revisão de estratégias, investimento na equipe e flexibilidade financeira, como foco em capital de giro e alternativas de captação de recursos para suportar o crescimento (Project Finance, M&A etc). A Inteligência Artificial e a automação também surgem como aliados poderosos para impulsionar a eficiência empresarial.
Para se adaptar a um ambiente econômico em constante mudança, Galvão destaca prioridades claras: agilidade nas adequações, abordagem personalizada para cada cliente e acompanhamento das mudanças regulatórias locais. Investir em pesquisa e desenvolvimento, explorar novos mercados e alinhar estratégias com as demandas do consumidor serão chaves para o crescimento sustentável, conforme indicação de Galvão.
Setores como agronegócio, tecnologia, energia renovável e infraestrutura são identificados como áreas promissoras para o Brasil em 2024. E alguns mercados continuarão passando por mudanças: saúde/hospitalar, indústria de ativos leves, educação. O olhar amplo e fragmentado ao mesmo tempo é consequência de estudos do mercado e experiência em gestão aplicados em diversos ramos de atuação.
“A demanda por consultores por parte das empresas familiares está em alta. Os negócios, principalmente de médio porte, buscam apoio especializado para enfrentar grandes transformações e alcançar resultados específicos”, ressalta. Com uma visão estratégica e foco na adaptação, as empresas familiares têm a oportunidade de prosperar em meio às mudanças do cenário econômico neste ano 2024. – Fonte: (https://agvgestao.com.br).