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Family Office: por que investir nesse serviço?

em Negócios
quinta-feira, 06 de junho de 2024

Márcia Abreu e Silvinei Toffanin (**)

Apesar de ter se tornado mais conhecida de forma mais robusta a partir da crise de 2008, as primeiras Family Office foram constituídas no Brasil no século XIX, por iniciativa do Barão de Mauá, que foi pioneiro em diversas frentes da economia brasileira e responsável pela implementação de práticas de modernização industrial no nosso país.

Ao longo do século XX, as famílias que acumulavam riquezas significativas e o desenvolvimento de novas tecnologias, especialmente ligadas ao mercado financeiro, impulsionaram, de maneira determinante, a popularização da Family Office, que nada mais é do que um tipo de assessoria financeira que oferece serviços exclusivos e completos – que passam pelas áreas contábil, fiscal, jurídica e de investimentos – para o gerenciamento de patrimônios e bens de famílias.

Investir em Family Office significa, em linhas gerais, organizar a situação financeira da família de maneira global. Isso envolve a realização da análise patrimonial completa; dimensionamento do padrão de vida; investimento em proteção, caso dos seguros e previdência; planejamento patrimonial e tributário; gestão de despesas; investimentos; etc. Os bens e patrimônios da família, assim como seu núcleo empresarial, quando existir, passam a ser geridos pela Family Office.

Além de permitir um controle maior das finanças do grupo familiar, esse tipo de assessoria contribui, ainda, para um desenvolvimento mais efetivo da vida financeira da família, para o aprimoramento dos investimentos, para uma gestão mais completa, para tomadas de decisão mais assertivas e, claro, para uma administração mais ampla, segura e transparente do patrimônio constituído.

A Family Office também traz benefícios e vantagens importantes para aqueles que desejam planejar a sucessão, como minimizar problemas entre os herdeiros e garantir que o desejo do empresário seja efetivamente seguido. Pode ser realizado com o apoio de ferramentas importantes, como a formação de Holding Patrimonial, formalização de Testamento e realização de Doações, por exemplo.

O uso de cada ferramenta é definido levando em consideração as estratégias da Family Office. Para garantir o melhor processo de sucessão, é importante fazer uma análise detalhada das necessidades e expectativas de cada indivíduo, negócio e patrimônio, além de traçar o perfil dos herdeiros.

O planejamento sucessório deve ser realizado com antecedência. É importante que as obrigações legais relacionadas à distribuição dos bens sejam analisadas, tais como as questões fiscais, planejamento tributário da Family Office, além da atenção à gestão do patrimônio por meio do acompanhamento periódico de indicadores como VPL, VPLa, ROI, TIR, EBITDA, entre outros.

Da mesma maneira, todo o patrimônio deve ser mapeado para que a tomada de decisão aconteça de maneira inteligente e adequada. O mesmo deve ser feito em relação aos beneficiários. Pode ser interessante, inclusive, envolver os herdeiros no processo de definição. Dessa forma, a divisão pode ser realizada com a ciência de todos e reduzir as chances de conflitos futuros.

Recomendamos, ainda, que a sucessão seja estruturada levando em consideração que as condições de vida podem mudar com o passar do tempo. Isso significa que se torna necessário que haja dispositivos que permitam a reversão da decisão tomada anteriormente.

É fundamental que haja cuidado e atenção por parte da Family Office para garantir o sucesso de todo o processo.

(*) – São sócios da Direto Group, que oferece soluções de tecnologia, ciência de dados e IA para aumentar a produtividade dos negócios (www.diretogroup.com).