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Crediário: estratégias das lojas físicas para atrair na Black Friday

em Negócios
quarta-feira, 09 de novembro de 2022

Jeison Schneider (*)

Não é novidade para ninguém que o varejo brasileiro se adaptou bem à Black Friday.

Neste ano, a data comercial promete, mais uma vez, movimentar bastante a economia nacional. Esse cenário é confirmado pela plataforma Gente da Globosat, chamado Termômetro de Consumo, no qual mostra que 50% dos brasileiros têm a intenção de comprar algum produto na ocasião, o que representa um crescimento de 3% em comparação a 2021.

Uma das novidades que deve se consolidar na edição deste ano é o consumo omnichannel, que permite a possibilidade de compra online e retirada na loja física. Essa perspectiva mostra uma janela incrível de oportunidades como, por exemplo, a exploração de estratégias nos pontos de venda presenciais. Obviamente, não podemos ignorar o crescimento e a importância atual do e-commerce, que tem como seu maior trunfo os menores preços em relação ao varejo físico.

No entanto, é na loja que a marca tem a possibilidade de elevar o seu número de conversões, especialmente considerando os avanços tecnológicos dos últimos anos e a criação de plataformas e ferramentas digitais fundamentais para a atração de clientes.

Ou seja, definitivamente há uma vantagem intrínseca no modelo híbrido para este ano, de modo que campanhas regionais online – pelas redes sociais, por exemplo – atinjam um público significativo e despistem a concorrência.

Afinal, uma pequena e média rede varejista sabe que não há como competir com as grandes companhias, principalmente no quesito preço. Portanto, abordagens diferenciadas são necessárias. Uma delas é o cashback. Em alta no Brasil, esse tipo de benefício já é usado há anos em outros países para atrair os consumidores e cada vez mais vem ganhando espaço.

Aqui, estamos tratando de uma condição que não só auxilia o consumidor a escolher entre o produto ou serviço da loja A ou B utilizando um benefício como estratégia, mas também a fazê-lo comparecer em uma delas presencialmente pelas condições de compra. Assim, ele percebe que há vantagens que vão além dos preços, como são os casos do parcelamento maior ou do parcelamento sem juros.

Nesse sentido, outro diferencial é o crediário, que consegue atuar como um grande facilitador de vendas, ao mesmo tempo que fideliza consumidores. A modalidade ajuda, por exemplo, a eliminar a solução arriscada e pouco eficaz do desconto à vista. Isto é, ao invés da marca abaixar o valor de um determinado produto em 10% ou até 20%, ela chama a atenção do cliente com ações para vendas a prazo, que prolongam a relação dele com a empresa através do retorno à loja para o pagamento das parcelas.

É importante frisar que esse tipo de solução permite que o empreendedor faça uma troca justa com o cliente, que seja benéfica para ambas as partes. A ideia não é que o consumidor pague pelo produto que comprou eternamente, mas que estabeleça um legítimo interesse nos serviços que a loja tem a oferecer.

Não à toa, diversas empresas que apostam no crediário normalmente recorrem ao parcelamento em quatro vezes na Black Friday. Esta é uma boa proposta para as pessoas, considerando os gastos de final e início de ano, e uma forma de manter a intensidade do fluxo dos negócios até o Carnaval, uma das piores épocas do ano para o varejo.

Ainda vale reforçar que, além da fidelização do público e do aquecimento das vendas, soluções de parcelamento como o crediário ajudam o consumidor a não escolher pagar mais do que ele pode, sendo uma maneira saudável de estimular o seu consumo. Ou seja, o processo de conversão não é através dos famosos “empurrões”, mas com a oferta de vantagens verdadeiras e plausíveis.

Portanto, ao invés de uma marca apostar em preços muito baixos, possivelmente descaracterizando seu perfil no mercado e não alavancado o seu crescimento no mercado, há como atuar na Black Friday com estratégias precisas, que extraiam todo o potencial das lojas físicas e da tecnologia.

Dentro dessa lógica, a data acaba por ter dois efeitos: o aumento de vendas – como os números tendem a indicar – e o retorno desse cliente para pagar as parcelas, que podem ajudar nas vendas no início de 2023.

(*) – É sócio-fundador e CEO do Meu Crediário, fintech líder em sistema de crediário próprio para o varejo brasileiro (https://www.meucrediario.com.br/).