Roberto Karam Jr (*)
O setor industrial nunca foi tão primordial para a economia brasileira.
Com a crise desencadeada pela pandemia, que vem impondo muitos desafios na operação e logística das organizações, o país sentiu como o setor consegue inovar, implementar novas tecnologias e desenvolver produtos. Indiscutivelmente, o capital estrangeiro é um grande incentivo na geração de empregos e renda no Brasil. Mas é graças à indústria nacional que outros setores são fortalecidos.
E é ela quem assegura a solidez da economia e permite um projeto de futuro. A nossa indústria oportuniza o incremento de serviços de alto valor agregado, como pesquisa e desenvolvimento científico, marketing e logística. Os setores de comércio e serviços, bem como a agricultura brasileira – que está entre as mais competitivas do globo – dependem de uma indústria pujante. As empresas industriais contribuem para aumentar a inovação e a evolução da tecnologia no país.
O desenvolvimento de produtos 100% nacionais ajuda no crescimento da marca das empresas nacionais, que por sua vez conseguem gerar mais oportunidades e empregos e estimular o mercado interno. Segundo o IBGE e o Ministério da Economia, em 2019, o setor industrial respondeu por 21,4% do PIB nacional, empregou 9,7 milhões de trabalhadores que garantem o sustento de suas famílias, o equivalente a 20,4% dos empregos formais do país.
E ainda, o setor representa 69% das exportações brasileiras de bens e serviços, 69% dos investimentos em P&D da iniciativa privada e 33% da arrecadação de tributos federais, exceto receitas previdenciárias. Mais de 90% dos brasileiros acreditam que a indústria tem papel de destaque no desenvolvimento econômico e social do Brasil, de acordo com dados da CNI.
Apesar de sua representatividade, o setor industrial enfrenta dificuldades. No momento, há uma elevada preocupação com insumos. A falta e o alto custo das matérias-primas seguem afetando intensamente a Indústria, porém, nota-se uma queda paulatina do problema. Outro importante entrave para a retomada do crescimento é reduzir o “Custo Brasil”.
O País necessita de um meio propício para os negócios, que ofereça segurança jurídica, com expectativas positivas, melhores condições de investimento e que propicie desenvolvimento econômico e social. Por isso, é de fundamental importância avançar nas reformas estruturais, especialmente a tributária e a administrativa.
Uma política industrial com enfoque tecnológico, que busque vislumbrar o futuro, que seja calcada no aumento da produtividade e na transformação das estruturas produtivas é o que vai alavancar o país.
(*) – É engenheiro elétrico e diretor presidente da KRJ, especializada em conexões elétricas (www.krj.com.br).