O principal desafio do setor de Educação no Brasil nos próximos anos é ter docentes preparados para lidarem com novas ferramentas e inovações tecnológicas (31%). Após este, estão os seguintes desafios: mudança no perfil dos alunos em relação a produtos e serviços obsoletos (18%); inovação tecnológica e oferta de serviços digitais (18%); captação e retenção de alunos (15%); recuperação do ticket médio (15%); e falta de recursos financeiros para expansão e inovação (3%).
Essas são algumas das conclusões da pesquisa “O Futuro da Educação”, conduzida pela KPMG com 200 profissionais do setor. Sobre o maior desafio das instituições no atual momento, os respondentes indicaram: inovação tecnológica e desenvolvimento de novos produtos e serviços (40%); fluxo de caixa e gestão financeira (18%); custos e despesas que crescem acima da receita (18%); qualificação do corpo docente (12%); vagas ociosas e evasão (9%); e concorrência (3%).
“A intensificação do acesso à Internet, aos celulares e a outros dispositivos móveis, além de computação em nuvem, robótica, Internet das Coisas, metaverso, plataformas de ensino à distância, streaming e Inteligência Artificial, estão transformando para sempre salas de aulas, currículos e a relação entre professores e alunos. Nesse contexto, todos os participantes do ecossistema devem estar preparados para profundas mudanças durante os próximos dez anos”, afirma Marcos Boscolo, sócio-líder para o setor de Educação da KPMG no Brasil.
O conteúdo evidenciou ainda possíveis impactos da recessão econômica e da redução de emprego e renda dos últimos anos. Apesar das adversidades, para metade (48%) dos entrevistados, as instituições cresceram. Contudo, 36% deles afirmaram que perderam alunos para a rede pública ou privada. Outros 12% disseram que não sofreram impactos e 4% deles ganharam alunos de outras instituições.
De acordo com a publicação da KPMG, ainda é grande a lacuna entre o que é oferecido pelo Ensino Superior e o mercado de trabalho. Para quase metade (42%) dos executivos, os cursos estão defasados em relação às necessidades de mercado, e mais da metade deles (55%) consideram que os conteúdos apresentados são apenas parcialmente aderentes a essas necessidades. Para 3% não há esse tipo de informação na instituição. Nenhum respondente (0%) disse que os cursos são totalmente aderentes ao mercado.
A formação na Educação Básica também foi analisada na publicação. Para 46% dos entrevistados, os alunos formados no Ensino Médio apresentam conhecimentos muito abaixo do necessário para ingressar no Ensino Superior. Outros 46% consideram que esse conhecimento está parcialmente abaixo do necessário. Outro dado está na diferença de qualidade entre ensino público e privado. Para mais da metade deles (64%), a diferença entre as duas redes é grande e vem aumentando, enquanto 33% consideram que a diferença é grande, mas está diminuindo.
“Com transformações sociais, tecnológicas e econômicas cada vez mais ágeis, o setor de Educação no Brasil precisa investir corretamente recursos, tempo e talentos para acompanhar a evolução não só das tecnologias emergentes, mas também das empresas e da sociedade”, complementa Marcos Boscolo, da KPMG.
Sobre ações governamentais para incentivar desenvolvimento, crescimento e melhoria da qualidade da educação privada no País, as principais respostas foram: criação de incentivos fiscais para educação básica (42%) e redução da carga tributária sobre a folha de pagamento docente (39%). Em relação aos planos de expansão, para metade (45%) deles a principal estratégia é o crescimento orgânico no segmento. Outros 29% desejam expandir para outras regiões. A atuação em ESG também foi abordada. A maior parte (41%) mencionou que suas organizações estão na fase de estratégia, enquanto um terço (35%) está na fase de avaliação.