O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, chamou de “pornográficas” as taxas de juros no Brasil. Em discurso ontem (20), no BNDES, ele disse que os atuais valores são inconcebíveis e precisam ser reduzidos. “É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas [cambiais] são mais ou menos 54% de dívida.
Tirando o caixa do Tesouro Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil”, disse, acrescentando que as altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira.
No mesmo evento, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado. “Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade”, disse. O Copom do Banco Central, se reúne a partir de hoje (21), para definir a nova taxa Selic (ABr).