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Quais serão os impactos do coronavírus na economia?

em Mercado
sexta-feira, 27 de março de 2020

As projeções para o ano ficaram longe da nossa realidade hoje. Foto: Divulgação

Com uma pandemia instalada no mundo, fica claro que os índices projetados para o varejo em 2020 não devem se concretizar. Para o economista e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni de Angelo, com muita sorte, o indicativo pode ser de crescimento tímido em relação a 2019.

“Temos um cenário de absoluta incerteza neste momento, pois nunca vivenciamos algo parecido. É uma situação que, apesar de tomarmos todas as medidas cabíveis para contenção, não temos controle. Por isso, as projeções para o ano ficaram longe da nossa realidade hoje”, avalia o especialista. Antes do avanço do Covid-19, as projeções deste ano indicavam um crescimento de 1,7% do PIB e de 5% para o varejo.

Agora, o economista levanta três possíveis rumos para a economia em meio à crise. O primeiro deles, e mais otimista, visa uma recuperação relativamente rápida, com o controle rápido da doença. Isso implicaria em uma perda de, aproximadamente, 0,5p.p. do PIB, caindo para 1,2%, e uma estimativa de crescimento de 3% no varejo. A segunda seria um controle não tão efetivo do vírus, assim como na Itália. Isso resultaria em um impacto mais forte e uma recuperação mais lenta, com crescimento de apenas 1% do PIB e 1,5% do varejo.

Já o terceiro cenário seria o colapso do sistema de saúde, caso o vírus se espalhe muito rápido, aliado a questões internas e reflexos da crise mundial, o que ocasionaria uma profunda recessão com declínio significativo das vendas de varejo. “São três hipóteses viáveis. O pior dos cenários seria uma calamidade na saúde e queda do PIB e nas vendas. Mas ainda acreditamos que isso não deve acontecer”, observa Felisoni.

Ainda segundo o presidente do Ibevar, o setor de bem duráveis, como imóveis, automóveis e eletrodomésticos, deve ser o mais impactados durante a pandemia. “Neste momento, as pessoas estão mais focadas no essencial, como alimentos e produtos de higiene, por exemplo. Outras demandas que podem ser postergadas não são obviamente prioridade”, finaliza o executivo (Fonte: www.ibevar.org.br).