O número de transações de compra e venda de empresas havia batido novo recorde em 2019 segundo estudos da KPMG, PWC e TTR.
A expectativa dos principais players especializados era que 2020 fosse mais um ano de atividade recorde, pela consolidação da recuperação econômica e a aprovação de algumas das reformas que os economistas consideram necessárias para garantir o crescimento do Brasil.
Entretanto, no início de 2020, o mundo foi surpreendido por um “Black-Swan”: o Covid-19.
A pandemia, com transmissão exponencial, exige medidas para evitar o colapso do sistema hospitalar de um país. Países asiáticos tais como Coreia do Sul, Taiwan, Japão, Singapura… tem focado no uso de máscaras, no reforço da capacidade hospitalar e, sobretudo, na detecção e isolamento dos contagiados, medidas “caras no curto prazo” e “baratas no longo prazo”. Já os países da Europa (com exceção da Suécia, Holanda e Eslováquia), assim como EUA, e Brasil, adotaram a medida “mais cara a longo prazo” que é o confinamento da população.
Em consequência Brasil, Europa e EUA estão sofrendo a queda mais acelerada de PIB dos últimos anos, e estão tomando medidas bilionárias de auxílio à população. No caso brasileiro equivalendo a US$140bi (12% do PIB). Entretanto a crise está tendo efeitos diferentes dependendo do setor. Turismo, aviação, alguns varejistas, automotivo…, foram afetados negativamente. Já saúde, e-commerce, alimentação…, aumentaram seu nível de atividade. Em crises passadas o número de transações diminuiu substancialmente: 32% em 2001 e 2008, e 10% em 2014. O número de transações diminuiu no primeiro trimestre de 2020 em 26%.
Conforme vimos, o foco de alguns países asiáticos tem sido investir em detecção/isolamento para evitar o confinamento da população. A JP Morgan já anunciou que a queda do número de transações na Ásia durante o primeiro semestre de 2020 foi de apenas 7%. Na prática em segmentos afetados positivamente, a atividade não tem sido alterada substancialmente. Já em segmento afetados negativamente, a movimentação tem continuado (porém com ritmo menor) pelo interesse de alguns investidores estratégicos com caixa e visão de longo prazo e fundos que procuram empresas em dificuldades.
De fato, o momento é excelente para a aquisição de empresas: estudos mostram que, 2 anos após a transação, o retorno das aquisições realizadas durante uma crise é 10% superior ao das aquisições concretizadas em momentos de bonança econômica. Por exemplo a Totvs anunciou que vai continuar com sua estratégia de aquisições, e separou R$1bi para novas compras de empresas. De outro lado, o processo de comprar empresa, também foi afetado pois algumas negociações podem demorar algo mais pelas restrições de viagens de executivos.
Contudo, as Due Diligences, que já eram realizadas na “nuvem” não foram afetadas. Ainda, os assessores financeiros de primeira linha conseguem contatar investidores (agora com menos viagens) com maior facilidade. Fonte e mais informações: (www.capitalinvest-group.com).