Marcelo Martini (*)
Gradativamente, as ruas e estradas dos grandes centros urbanos brasileiros estão sendo tomadas pelos veículos.
De acordo com dados do IBGE, em 2022, foram identificados mais de 60,4 milhões de automóveis em circulação no Brasil, um crescimento de 2,05% em comparação ao ano anterior, quando este número era levemente superior a 59,2 milhões. A cidade de São Paulo acompanha essa tendência, com aumento da frota de veículos de 2,02% em 2022, chegando aos 6 milhões.
Por consequência, o setor de reposição tem sentido na pele os efeitos deste constante avanço, com o surgimento de novas oportunidades de negócio, tendo em vista que há maior procura por serviços automotivos de manutenção, bem como por distribuidores. Diante disso, este mercado precisa estar munido de produtos de qualidade que consigam atender com assertividade esta alta demanda.
Antes de observar o que o aftermarket deve fazer para sanar as dores do avanço dos automóveis nas grandes metrópoles, é necessário atentar-se aos principais desafios postos a partir deste contexto, como a exigência de uma estrutura logística robusta e capaz de garantir uma cadeia de suprimentos eficientes, bem como a entrega ágil de produtos de reposição.
Além disso, a preservação do meio ambiente e a redução da emissão de CO2 têm sido uma preocupação em voga na sociedade. E, neste contexto, o aumento do tráfego urbano pode elevar significativamente a poluição do ar. Para isso, cabe às empresas automotivas desenvolverem soluções mais sustentáveis e ecologicamente corretas, além de estarem em aderência com regulamentações e políticas governamentais sobre o tema.
Entre as alternativas para contornar essas situações e atender com eficiência a alta demanda, está o acompanhamento constante das principais novidades e o investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), a fim de prover a este setor as soluções modernas, sobretudo com o fortalecimento do mercado de veículos elétricos e híbridos. Estes tipos de automóveis podem demandar insumos, serviços e, até mesmo, treinamentos específicos para capacitar profissionais de manutenção.
Diante do aumento da frota de veículos, o segmento de aftermarket já vislumbra soluções que poderão impactar positivamente suas operações, bem como oferecer um atendimento com mais eficiência. Entre elas está o avanço da digitalização, que pode permitir a integração com mecanismos de busca avançados, que facilita pesquisas para identificação e a maior oferta de peças adequadas, inclusive no mercado global, bem como a comparação de preços e a procura pelo fornecedor mais aderente conforme as necessidades do reparador.
A tecnologia proporciona, ainda, a integração de sistemas de estoque e disponibilidade de produtos com o gerenciamento de frota. Desta forma, toda a cadeia de reparação terá em mãos informações precisas sobre tipos de veículos, ano de fabricação, motorização e região de atuação, provocando maior assertividade sobre quais peças devem ser priorizadas nos estoques, diminuindo investimentos desnecessários e melhorando seu fluxo de caixa.
Além disto, à medida que o número de carros cresce nas estradas, há uma alta no consumo de lubrificantes, sendo importante que o consumidor siga as indicações estipuladas no manual do fabricante, com o uso de produtos homologados e que atendam as especificações técnicas do veículo e, claro, realize as revisões preventivas regularmente.
Portanto, o crescimento exponencial dos carros na mobilidade urbana brasileira, bem como o surgimento de novas tecnologias no setor, devem estimular ainda mais a competitividade entre as empresas do segmento de reposição. Neste cenário, tanto as companhias, quanto os motoristas, saem ganhando. Isto porque com o avanço deste mercado há uma preocupação maior com relação à variedade de serviços, inovação, sustentabilidade, preços mais vantajosos e, consequentemente, uma melhoria contínua na qualidade.
(*) – É Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS (https://www.fuchs.com/br/pt/).