Luiz Fernando Savian (*)
O interesse por jogos de azar tem crescido especialmente com a popularização de plataformas online que oferecem apostas instantâneas. Ainda que essa prática possa parecer uma maneira atraente de obter lucro rápido, é importante discutir os danos que ela pode causar, especialmente quando comparada a alternativas mais seguras, como o investimento em consórcios.
Dados do Datahub, empresa do mercado de Dados e Informações, que une tecnologia, inovação e novas fontes de dados, apontam que o setor de apostas online cresceu 734,6% entre 2021 e abril de 2024. Além disso, a pesquisa afirma que em 2021 o Brasil contava com 26 empresas que tinham como atividade principal as operações de jogos de azar e apostas online. Já em 2022, o crescimento foi de 203%, encerrando o ano com 79 empresas.
Surpreendentemente, em apenas nos quatro primeiros meses de 2024, foi aberta a mesma quantidade de empresas que existiam em 2022.
Esse crescimento exorbitante confirma que esse tipo de aposta oferece a ilusão de que é possível ganhar grandes quantias de dinheiro em pouco tempo. Esse atrativo é particularmente sedutor em uma sociedade que valoriza a gratificação imediata.
No entanto, a realidade é que as probabilidades estão sempre contra o jogador. A maioria das pessoas que aposta não consegue recuperar o dinheiro investido, levando a um ciclo de perdas e frustrações. Isso pode gerar não apenas problemas financeiros, mas também emocionais, como depressão e ansiedade.
O endividamento gerado por apostas irresponsáveis pode levar a conflitos familiares, rupturas de relacionamentos e até mesmo à criminalidade, quando indivíduos recorrem a medidas desesperadas para cobrir suas perdas. As histórias de pessoas que perderam tudo em uma única noite são mais comuns do que se imagina e refletem um problema social que vai além da simples escolha individual.
Em contrapartida, o consórcio se apresenta como uma alternativa viável e segura, oferecendo a emoção dos sorteios e lances mensais sem nenhum risco para as finanças, feito para quem busca investir em bens, como imóveis ou veículos. O sistema permite que os participantes planejem suas aquisições de maneira responsável, pagando parcelas mensais e sem os riscos associados ao jogo.
Além disso, promove a disciplina financeira, já que os participantes precisam se comprometer a manter os pagamentos em dia para atingir seus objetivos. Felizmente é um setor que também está em crescimento. Prova disso é o relatório divulgado pelo Banco Central que mostra que o sistema de consórcios manteve uma tendência de crescimento em 2023.
Os recursos coletados no ano totalizaram R$ 101 bilhões, alta de 17,8% em relação a 2022. Faz parte “do jogo” ensinar sobre planejamento financeiro e os benefícios que investimentos a longo prazo podem gerar, mudando a forma como as pessoas lidam com suas finanças e suas expectativas em relação ao dinheiro.
A busca por dinheiro rápido por meio dos jogos de azar pode parecer tentadora, mas os danos associados a essa prática superam, em muito, qualquer possível ganho. Em vez de se deixar levar pela ilusão das apostas, é essencial considerar alternativas mais seguras e sustentáveis, como o investimento em consórcios.
Ao promover e acreditar na educação financeira e na conscientização sobre os riscos dos jogos, criamos pessoas mais responsáveis e preparadas para enfrentar os desafios financeiros de maneira saudável.
(*) – É sócio-fundador da Unifisa, empresa de soluções financeiras, especializada em consórcio. (https://www.unifisa.com.br/).