Thaís Cíntia Cárnio (*)
Até o Plano Real domar os altíssimos índices inflacionários da economia nacional, os bancos cobravam tarifas baixíssimas ou mesmo isentavam seus clientes, afinal, a simples permanência dos recursos em conta corrente era suficiente para remunerá-los adequadamente por seus serviços. Com a estabilização da inflação, essa metodologia não seria suficiente para manter os lucros das instituições financeiras.
Desde então, os serviços bancários tornaram-se cada vez mais onerosos. Contudo, há boas novas no horizonte dos clientes bancários: instituições como o Nubank, Banco Inter e mesmo bancos tradicionais como o Itaú anunciaram que adotarão o PIX, sistema de pagamento instantâneo e gratuito, para as transferências de recursos. Os caros e limitados recursos utilizados até então – TED e DOC – estão fadados ao fim ou à isenção de tarifas.
Isso porque essas modalidades apresentam limites de horários para sua utilização. Já o PIX está acessível sete dias por semana, 24 horas por dia. Além disso, outra vantagem para os consumidores é a gratuidade para utilização dos meios de pagamentos das fintechs, incluindo cartões de crédito, emissão instantânea de boletos e afins.
De um lado, bancos tradicionais com tarifas tradicionais; de outro, fintechs e serviços isentos de tarifas. Em meio a ambos, potenciais clientes que optam entre solidez e inovação. Da maneira como a oferta de serviços tem se aperfeiçoado, as instituições financeiras devem ficar atentas ao “novo normal” dos consumidores: a busca por gratuidade, eficiência e segurança. Nada melhor para os clientes do que a concorrência!
(*) – É Professora de Direito Empresarial e Mercado Financeiro da Universidade Presbiteriana Mackenzie.