Vânia e Deco Guelfi (*)
No mês de outubro, comemora-se o dia do idoso no Brasil e com a temática, voltamos a refletir o quanto estamos preparados para atender e suprir as necessidades do envelhecer. Segundo dados do IBGE, esse público já passa de quase 32 milhões no país.
Outro ponto que chama a atenção nesse levantamento, é o número de pessoas com mais de 60 anos que já é superior ao de crianças com até 9 anos de idade. Diante desse cenário, e olhando para as eleições que estão acontecendo, vem a pergunta: temos políticas públicas pensadas para atender todas às necessidades dos idosos? A resposta dos especialistas é não.
Pensamos que precisamos olhar mais para o futuro e já refletir o que será necessário fazer, construir e criar para atender de forma satisfatória essa parcela (cada vez maior) da população.
Quando tocamos nesse assunto, é interessante salientar que existem algumas ações estratégicas a serem feitas, como o planejamento da estrutura financeira, além das óbvias e igualmente necessárias, medidas de infraestrutura de municípios e estados em todo o país.
. Tecnologia agregada – E tudo isso está pautado, é claro, pela tecnologia. Como estamos vivendo a chamada era digital, o planejamento e a implantação do conceito de cidades inteligentes, as Smart Cities, é mais do que bem-vindo enquanto a prioridade forem o bem-estar, o crescimento da economia e tudo que envolve a sustentabilidade.
Olhar para melhorias na engenharia civil e na arquitetura, que vão resultar em edificações mais “saudáveis” para os idosos, precisam começar já. Todo mundo ganha com isso! Precisamos entender também como melhorar a mobilidade urbana. Entender, por exemplo, que o tempo de alguns semáforos para a passagem de pedestres pode ser insuficiente para um idoso.
A sinalização pode ser mais inteligente e baseamos nosso argumento em um ponto: não só o pedestre será mais velho, mas o motorista também. Não basta favorecer um lado, tem que ser bom para os dois. Esse é um exemplo prático, mas vários outros vão surgir se debruçarmos sobre o tema.
Soluções inteligentes são o futuro e elas podem ser encontradas na tecnologia. Mas é preciso começar já, inclusive a incentivar a prática e o contato dos idosos com a tecnologia, dispositivos eletrônicos, soluções digitais. Tudo isso significa independência.
. As Finanças – Você deve estar se perguntando, o que fazer com relação às finanças? Envelhecer é caro e esse ponto pode render muitas esferas. Nossos gastos só vão aumentar, seja com remédios, planos de saúde ou com o básico, como alimentação.
Por isso, precisamos olhar para essa educação financeira, guardar, investir, além disso, exigir planos melhores em relação a uma qualidade de vida com mais ações movidas por órgãos responsáveis olhando e respeitando essa faixa etária que só cresce.
Em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças até 14 anos. Por isso, perguntamos: como será o envelhecer no Brasil?
(*) – São sócios e proprietários no residencial Jardim das Palmeiras, com unidades em São Paulo e São José dos Campos, e ministram aulas e cursos sobre a temática da terceira idade (https://www.instagram.com/residencialjdpalmeiras/).