Andreas Göhringer (*)
Num momento da economia em que todo centavo precisa ser bem destinado, gostaria de chamar atenção para um problema que temos como fornecedores da indústria brasileira. É claro que nenhum empresário investe em seu parque fabril pensando em desperdiçar dinheiro, mas é isso o que ocorre quando a manutenção não é seguida com rigor. O principal ponto conquistado quando se faz a lição de casa da manutenção é o aumento da vida útil das máquinas.
Faça uma analogia com seu veículo pessoal: se rodar e ignorar o tempo certo das trocas de óleo, filtro e peças, quando quebrar, certamente você terá um custo maior e ficará sem o carro por mais tempo. Para evitar isso no contexto industrial, existem dois modelos gerais a serem seguidos. A manutenção preventiva é aquela planejada para ocorrer num determinado intervalo de tempo.
Já a preditiva, que também pode ser planejada periodicamente, utiliza medições por aparelhos para verificar a condição do equipamento e eventuais necessidades de troca. Infelizmente, pelas condições dos equipamentos que chegam até nós para restauro, percebe-se que nem sempre esse cuidado é tomado. E o resultado é um gasto a mais para o empresário.
Tentar estender a vida útil do equipamento e ignorar a manutenção não é uma boa ideia. É importante lembrar que cada perfil industrial requer um tipo de planejamento de atualizações e trocas. No caso da indústria química, por exemplo, cada empresa deve planejar as aferições de acordo com o potencial corrosivo dos líquidos que utiliza.
Um bom exemplo de equipamento que requer trocas periódicas, mas que muitas vezes é negligenciado, é o diafragma de vedação das válvulas. Ele deve estar em perfeito estado para que não haja vazamentos. A substituição deve ocorrer em intervalos determinados, pois se houver uma quebra, isso compromete outros componentes da válvula ou até mesmo todo o sistema.
Para esses casos, a tecnologia alemã que chegou neste ano ao Brasil chamado Sistema Conexo, cabe perfeitamente. Ele permite acoplar chips a diversos equipamentos da unidade fabril, que reúnem informações de composição da máquina, datas de manutenção e até mesmo o nome do profissional responsável.
Trata-se de um recurso que vai ao encontro da transformação da indústria 4.0 – usar informações oferecidas pelos próprios equipamentos para a tomada de decisão. Seja qual o modelo de manutenção escolhido, a principal recomendação é: siga as instruções de instalação, seja via site, catálogo ou outro contato do fabricante. Isso vai trazer economia e tranquilidade ao seu processo produtivo.
(*) – É CEO da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle no Brasil (https://www.gemu-group.com/).