Walter Rodrigues (*)
Nos últimos anos, a tendência de adoção da estratégia Cloud First vem ganhando cada vez mais espaço no cenário corporativo brasileiro. O conceito, que visa priorizar o uso da nuvem como plataforma central para o desenvolvimento de novos projetos e modernização de infraestruturas existentes, tem se consolidado como um elemento-chave para empresas que buscam não apenas eficiência operacional, mas também agilidade e competitividade.
A pandemia acelerou a transição para a nuvem, forçando as organizações a repensarem suas abordagens tecnológicas. O que antes era visto como uma vantagem estratégica tornou-se, para muitas empresas, uma questão de sobrevivência. Nesse contexto, a Cloud First permite que negócios iniciem suas operações rapidamente, sem a necessidade de adquirir, configurar e gerenciar hardwares físicos.
Em vez disso, as empresas podem simplesmente selecionar os serviços de nuvem que precisam e começar a utilizá-los quase que instantaneamente, reduzindo um processo que poderia levar meses para apenas alguns dias.
. Vantagens e desafios do Cloud First – Um dos grandes benefícios da abordagem Cloud First é a escalabilidade. Ao contrário dos tradicionais sistemas on-premise, em que a capacidade precisa ser comprada antecipadamente, a nuvem oferece a flexibilidade de crescer juntamente com as demandas do negócio. Isso não só simplifica a gestão de recursos, mas também oferece um orçamento mais adaptável, em que os custos aumentam de forma proporcional ao crescimento da empresa.
Essa elasticidade é especialmente relevante em um cenário de volatilidade econômica, como o que temos enfrentado no Brasil, que força as empresas a serem ágeis e eficientes na alocação de seus recursos. Além da escalabilidade e da flexibilidade, a nuvem também traz melhorias significativas em termos de segurança e governança de dados.
Os principais provedores de nuvem contam com certificações globais de segurança, garantindo que a infraestrutura das empresas esteja protegida contra ameaças externas. Isso alivia uma preocupação considerável para as empresas, permitindo que foquem em seus negócios enquanto a camada de segurança já está intrinsecamente integrada aos serviços oferecidos.
Adicionalmente, ferramentas de governança em nuvem ajudam as organizações a otimizar seus recursos, monitorar o consumo de forma precisa e evitar gastos excessivos, garantindo que as permissões e acessos estejam devidamente controlados. Contudo, as empresas ainda enfrentam desafios culturais e financeiros ao adotar a nuvem.
No Brasil, a cultura de dependência de data centers físicos e a volatilidade cambial são obstáculos que precisam ser considerados. Porém, com a correta preparação e um planejamento adequado, essas barreiras podem ser superadas. Contar com uma consultoria especializada, que entende o ambiente tecnológico, pode ser um fator decisivo nesse cenário para uma transição mais tranquila e bem-sucedida.
Para maximizar as vantagens da nuvem, também é essencial que as empresas desenhem suas arquiteturas com cuidado, levando em consideração não apenas os ganhos imediatos de agilidade e redução de custos, mas também os riscos associados. A governança eficaz e a utilização de tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial e Machine Learning, podem potencializar ainda mais os resultados, melhorando tanto a oferta quanto o consumo de serviços.
A jornada para a nuvem não é isenta de desafios, mas os benefícios são claros. A adoção da estratégia Cloud First coloca as empresas brasileiras em uma posição privilegiada para competir em um mercado cada vez mais dinâmico e globalizado, em que agilidade, eficiência e inovação são fatores decisivos para o sucesso.
(*) – É Diretor de Operações e Alianças da CXP Brasil, consultoria em TI (https://cxpbrasil.com.br/).