Cristiano Maschio (*)
Em meio aos desafios econômicos e mudanças tecnológicas globais, é crucial que o sistema financeiro, com incentivo do Governo Federal, evolua para refletir as necessidades e desejos da população. No Brasil, a distribuição de uma identidade digital, junto à carteira digital carregada com o Drex, seria um passo significativo nesse sentido.
Em vez de injetar bilhões em instituições financeiras e esperar que o dinheiro alcance a população anos depois, o Governo optaria por distribuir igual e individualmente esses recursos, permitindo que sejam imediatamente injetados na economia, de baixo para cima.
A tecnologia de registro distribuída permitiria que as despesas de cada um fossem reconhecidas pelo governo e Banco Central. Na prática, todas as transações de ativos e passivos seriam registradas e emitidas pelo BC sobre a blockchain, proporcionando uma visão em tempo real da propriedade de todos esses recursos.
Instituições financeiras e de pagamento, por sua vez, iriam transferir esses ativos e passivos uns aos outros eletronicamente, registrando-os em uma “cadeia de blocos”, em tradução livre. Isso resultaria na economia de dinheiro e tempo em múltiplos sistemas de TI, além do total controle para o regulador e IPs.
A iniciativa permitiria também pagar e receber com o Real Digital, sem a necessidade de intermediários financeiros, criando assim um meio de transações mais fluido, saudável e barato. O cidadão sentiria mais liberdade sobre o próprio dinheiro e o futuro dele, ao invés de se sentir impotente e preso a um ciclo financeiro instável.
O cenário é hipotético, mas avança a passos largos com a introdução do Drex. A distribuição da carteira digital pode ser vista não apenas como um avanço tecnológico, mas também como uma ferramenta de inclusão financeira. Se bem aplicada, poderia trazer benefícios principalmente no que diz respeito à autonomia e regularização do dinheiro pelo Banco Central e instituições autorizadas, como a Qesh.
(*) É CEO da Qesh IP.