Nova campanha publicitária do presidente Michel Temer. |
Brasília – O Palácio do Planalto estreou ontem (19), nova campanha publicitária na qual vincula a impopularidade do presidente Michel Temer ao cansaço da população por causa da crise econômica provocada por governos passados – sem citar o PT e a ex-presidente Dilma, de quem Temer era vice-presidente. O governo usa atores para afirmar que o Brasil estava “no caos”, com números comparáveis ao de um país “em guerra”.
Sobre as cobranças por resultados econômicos melhores e impactos de medidas do governo, como a redução do desemprego, a propaganda oficial afirma que eles só virão no futuro: “O fato é que a maioria dessas mudanças que o governo fez só vão ser sentidas lá na frente”. Também sem menções ao processo de impeachment de Dilma, o governo Temer afirma que “teve que assumir esse pepino” em que todos estavam “passando por um sufoco terrível”.
“A coisa foi muito séria, gente. Por isso, todo mundo fica irritado e impaciente mesmo, porque já está todo mundo cansado com todos esses anos de crise. Era uma batata quente de um lado para o outro, mas alguém tinha que resolver mesmo que isso gerasse a tal da impopularidade”, relata o ator. “Mesmo com todos os críticos, inclusive os que quebraram o País, alguém tinha que pegar essa batata quente. As coisas são feitas para corrigir o rumo, mas algumas vezes elas vão demorar um pouquinho até chegar na gente.”
Com recorde de 82% de desaprovação, conforme a última pesquisa Datafolha, o governo Temer reconhece que está “todo mundo irritado, com raiva mesmo”. “Raiva de tudo, raiva de todos e no final das contas sobra para todo mundo”, diz o texto da peça publicitária. As propagandas, divulgadas nas redes sociais da Presidência da República, começam com um apelo para quem “está aí reclamando do governo” assistir à argumentação do Planalto, interpretada por um homem e uma mulher, em cenas que simulam “depoimentos” sentados dentro de suas casas em frente à câmera. O tom é de uma conversa (AE).