Procurador da República, Deltan Dallagnol. |
O procurador da República do MPF no Paraná, Deltan Dallagnol, coordenador da operação Lava Jato, reafirmou na sexta-feira (30) que a sociedade precisa continuar mobilizada em defesa da operação. De acordo com ele, não é preciso apenas “retirar as maçãs podres do cesto”, mas modificar a forma de se fazer política e acabar com a impunidade, que, na visão dele, motiva empresários e agentes públicos a apostarem nos crimes de corrupção.
“Temos que mudar as condições de temperatura, pressão e umidade que fazem as maçãs apodrecerem”, ressaltou. Para o procurador, somente a pressão da sociedade fará com que os políticos aprovem medidas que permitam o combate à corrupção. Disse, no entanto, que caso isso não ocorra, é preciso que a população escolha novos representantes. “Se quem está lá não vai mudar, temos que mudar quem está lá”, disse, acrescentando que as pessoas não devem se deixar levar pelo cinismo e pela desesperança.
Dallagnol disse que a decisão do STF, confirmando as delações da JBS, deu mais segurança para que grandes operações de combate à corrupção ocorram. Na sua opinião, quanto mais segurança e previsibilidade os acordos de delação tiverem, mais interessados os investigados estarão em assiná-los. Ao comentar a indicação da procuradora da República, Raquel Dodge, para suceder Rodrigo Janot na PGR, disse que o presidente Temer respeitou a lista tríplice dos mais votados por procuradores de todo o país, “o que preserva o ethos da instituição.
Deltan Dallagnol, que fez palestra no TJ-RJ, durante a reunião do Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, acrescentou que Raquel Dodge tem a confiança de grande parte dos procuradores (ABr).