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“Só dedura quem tem o que dedurar”, diz Marcelo Odebrecht à CPI

em Manchete
terça-feira, 01 de setembro de 2015

Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo

Marcelo Odebrecht critica delatores.

O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde junho em uma das fases da Operação Lava Jato, disse ontem (1º), em depoimento à CPI da Petrobras, em Curitiba, que não pretende firmar acordo de delação premiada com a Justiça. “Só dedura quem tem o que dedurar. O que não é o caso aqui. E há, sobretudo, questões de valores morais em uma decisão como esta”, disse Marcelo, que respondeu parcialmente aos questionamentos dos membros da CPI.
O empresário afirmou que “por questões processuais” impossibilidade de falar sobre as acusações de que teria participado do cartel de empresas que superfaturou contratos da Petrobras e pagava propina a partidos e agentes políticos em troca de favorecimento. “Gostaria de ter oportunidade de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação. Não estou me negando a falar, estou limitado a falar e peço desculpas”.
Perguntado se teve conversas com a presidenta Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula sobre a Petrobras, Marcelo respondeu ser “provável” e “natural” ter “conversas republicanas” sobre o tema com políticos e colegas. “É difícil um empresário se encontrar com um amigo, com um empresário, com um político, qualquer um, e não vir à tona o tema Petrobras. É provável que esse tema venha, não me lembro de nenhuma conversa específica”. Segundo Marcelo, muitas famílias estão sendo prejudicadas com a perda de empregos e com as vagas de trabalho que não estão sendo abertas, mas a empresa “continua absolutamente sólida” (ABr).