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“Sistema partidário está apodrecido”, diz procurador da Lava Jato

em Manchete
terça-feira, 12 de abril de 2016

Divulgação

Procurador da República, Carlos Fernando
dos Santos Lima.

O procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse, durante entrevista coletiva para explicar a 28º fase da operação que, a essa altura das investigações, a conclusão que se pode tomar é que o sistema partidário brasileiro encontra-se “apodrecido”. Para ele, os indícios de recebimento de propina pelo ex-senador do PTB Gim Argello, preso ontem (12) pela PF, em troca de sua atuação política em CPIs que investigaram a Petrobras, indicam que a corrupção encontra-se intrínseca ao próprio exercício do poder.
“O exercício do poder, seja por qual partido for, é que tem gerado corrupção e essa corrupção tem como finalidade suprir o caixa de campanhas políticas. Esses valores, boa parte foram encaminhados para partidos da base de Gim Argello, inclusive partidos de oposição”, disse o procurador. “A conclusão a que chegamos é que o sistema partidário do país está apodrecido pelo uso do poder econômico.”
A partir das delações premiadas do dono da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, e de mensagens no celular apreendido do ex-presidente da empreiteira OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, os investigadores da Lava Jato apontaram indícios de que Argello teria recebido R$ 5 milhões para interceder pela não convocação dos executivos tanto na CPI do Senado como na CPI mista que investigou irregularidades na Petrobras, ambas em 2014.
O ex-senador do PTB teria negociado com os executivos o pagamento de propina como doação eleitoral para os diretórios nacionais dos partidos DEM, PR, PMN e PRTB, que faziam parte de uma coligação eleitoral junto com o PTB. Foram pagos também R$ 350 mil a uma paróquia frequentada por Argello em Taguatinga, que os investigadores suspeitam ter sido usada para lavar o dinheiro (ABr).