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Rejeitos de barragem da Vale podem chegar ao Rio São Francisco

em Manchete
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Rejeitos temporario

Rejeitos temporario

Lama avança pelo Rio Paraopeba. Não há garantia de que não haverá contaminação do São Francisco.

Foto: Ramon Lisboa/D.A.Press

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, não descarta que rejeitos advindos do rompimento da barragem da empresa Vale em Brumadinho contaminem o Rio São Francisco. Ele participou de audiência pública na comissão externa sobre o desastre. A tragédia ocorreu no dia 25 de janeiro e até o momento 171 mortes foram confirmadas. Segundo a Defesa Civil, 139 pessoas continuam desaparecidas.
Questionado pelo relator da comissão externa, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o ministro disse que as ações para conter os rejeitos advindos do rompimento da barragem estão sendo implementadas. Haverá uma operação para tentar conter rejeitos na Usina de Retiro Baixo e outra na usina de Três Marias. “Mas a gente não pode garantir que não haverá contaminação do Rio São Francisco, porque isso depende do regime de chuvas e como a pluma vai se comportar ao longo do leito do rio Paraopeba”, ressaltou.
Na audiência pública, o ministro Gustavo Canuto também afirmou que o governo vai propor mudanças na Lei de Segurança de Barragens para que o Estado esteja mais presente na fiscalização e para garantir sanções efetivas a empresas que descumpram as normas. As mudanças já estão sendo estudadas pelo Conselho Interministerial de Supervisão de Resposta a Desastre, comandado pela Casa Civil, e podem ser propostas por medida provisória.
Hoje, na avaliação do ministro, a fiscalização depende muito de informações prestadas pelos próprios empreendedores, e as sanções são muito brandas. Para a deputada Áurea Carolina (Psol-RJ), essas mudanças são urgentes, pois, na visão dela, o governo hoje é refém das informações prestadas pelos empreendedores. “A gente precisa de compromisso da base do governo para que as mudanças aconteçam”, disse, destacando que alguns integrantes do governo defendem flexibilização da legislação ambiental (Ag.Câmara).