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Recriação da CPMF pode agravar a crise, avalia Renan

em Manchete
quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Waldemir Barreto/Agência Senado

Presidente do Senado, Renan Calheiros.

A notícia de que o governo estuda a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não agradou ao presidente do Senado, Renan Calheiros. Indagado sobre essa possibilidade, ele afirmou que se preocupa muito com a criação de novos tributos, principalmente num momento de crise econômica.
– Tenho muita preocupação com criação de imposto. Não dá mais. É preciso retomar o crescimento da economia e essa Agenda Brasil se dispõe a isso: criar condições para que o Brasil estabilize a economia e volte a crescer – afirmou em rápida entrevista a jornalistas.
Segundo Renan, depois que o Brasil voltar a crescer, é possível se pensar em aumentar a carga tributária, mas fazer isso durante um período de retração econômica “não é boa prática”.
– Acho isso muito ruim para o Brasil e certamente vai agravar a crise – afirmou.

Já na Câmara…
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), negou que o retorno da CPMF esteja sendo estudado pelo governo. “Nunca fizemos essa discussão dentro do governo. Pelo contrário, quando algum líder colocou essa matéria em discussão no semestre passado, a presidente Dilma Rousseff disse que não era momento de discutir a criação de um novo tributo”, disse o petista.
Para Guimarães, as notícias publicadas pelos jornais de que o governo prepara a volta do tributo para auxiliar nas contas são “invenções criativas”. Questionado se as informações sobre o tema poderiam ter partido de “fogo amigo”, o petista disse não saber. “Eu não sei, mas alguém disse para os jornais e não fui eu”. Diante da insistência dos repórteres, Guimarães voltou a afirmar que a pauta não estava em discussão pelo governo, porém, relativizou. “O governo não discutiu e, se discutiu, foi na minha ausência.”
O líder do partido na Câmara disse ter a opinião pessoal de que é preciso “uma ampla discussão” sobre como financiar a saúde no País. “Da forma como a CPMF foi acabada pelos senadores (em 2007), foi um duro golpe para o SUS e, como sou defensor do SUS, defendo que se tenha uma contribuição social vinculada constitucionalmente e dividida entre os três entes federados”, afirmou, destacando que prepara um projeto sobre o tema Ag. Senado/AE).