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Quatro em cada 10 professores não têm formação adequada, diz ministro

em Manchete
quarta-feira, 09 de maio de 2018
Luis Macedo/Ag.Câmara

Luis Macedo/Ag.Câmara

Ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva.

A informação foi dada ontem (9) pelo ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, em apresentação na comissão temática da Câmara dos Deputados.Segundo o ministro, em algumas disciplinas, como física e filosofia, o percentual de professores de ensino médio que têm título acadêmico para dar aula gira em torno apenas de 30%. Rossieli apresentou um panorama da educação brasileira com alguns dados do Censo Escolar e do Ideb que revelam vários desafios para a qualificação do ensino no Brasil.
“Quando a gente olha no 6º ou 9º ano e no ensino médio, em biologia, nós temos 78% dos professores com formação adequada. Mas, quando olhamos a física no Brasil, temos 32% apenas dos professores de física que estão lecionando em sala de aula. Em filosofia, 31% dos professores têm formação adequada; sociologia e arte são desafios, mas a gente pode olhar língua estrangeira, matemática, metade dos professores tem formação adequada”, disse o ministro.
Além da formação de professores, o ministro destacou o elevado índice de analfabetismo entre os estudantes do ensino fundamental e médio. O desempenho de parcela significativa dos alunos de 5º e 9º anos do ensino fundamental, e do 3º ano do ensino médio é considerado insuficiente. Em língua portuguesa, por exemplo, 300 mil alunos, ou 15% dos jovens do quinto ano estão nos níveis 0 e 1. Quando se considera o 9º ano, são 580 mil jovens em língua portuguesa e 560 em matemática que apresentam níveis insuficientes de proficiência.
O ministro disse ainda que, na taxa de insucesso, reprovação e abandono escolar, a defasagem chega a 28% dos alunos do ensino médio, com o abandono de mais de 790 mil jovens ainda no primeiro ano desta etapa do ensino. “O ensino médio não tem dado resposta aos jovens brasileiros”, enfatizou. Para ele, a situação deve ser enfrentada por uma conjunção de fatores. Entre as medidas adotadas pelo governo, destacou as mudanças estruturais no Programa Nacional do Livro Didático e a aplicação da Base Nacional Comum Curricular, como o primeiro referencial para a construção dos currículos do ensino básico (ABr).