A greve reduziu em 70 mil a 80 mil unidades a produção do setor. |
A produção de veículos no país registrou queda de 20,2% em maio, na comparação com abril, conforme divulgado ontem (6) pela Anfavea. A greve dos caminhoneiros reduziu em 70 mil a 80 mil unidades a produção do setor. A expectativa é que a produção seja recuperada ao longo dos próximos dois meses. “Temos flexibilidade para trabalhar aos fins de semana, fazer hora extra”, disse o presidente da entidade, Antonio Carlos Botelho Megale. As fábricas retomaram a produção de veículos na última segunda-feira (4), mas é possível que algumas peças ainda faltem durante este mês de junho.
A comercialização de veículos novos teve queda de 7,1% em maio na comparação com abril. Em relação a maio do ano anterior, houve alta de 3,2%. No acumulado desde janeiro, foi registrada alta de 17%, na comparação com o mesmo período de 2017. A Anfavea avalia que o impacto da greve dos caminhoneiros também foi forte sobre as vendas, com estimativa de perda de 25 mil unidades no período de paralisação, de aproximadamente uma semana.
A exportação de veículos montados teve queda de 17%, na comparação com abril. Em relação a maio de 2017, foi observada queda de 17,3%. No acumulado, houve crescimento de 1,6%. A estimativa é que o país perdeu cerca de 15 mil embarques. “Muitos carros ficaram retidos nas fábricas, sem chegar aos portos. A gente acredita que pode recuperar, pois são contratos firmados. Mas sempre há uma preocupação”, disse Megale.
Outro motivo de apreensão foi o problema cambial e o aumento de juros na Argentina, que responde por 76% dos embarques. Megale acredita que as medidas tomadas pelo governo federal para controlar a greve dos caminhoneiros ocorreram num momento difícil. Ele defende a previsibilidade nos preços do combustível, mas é contra o subsídio do diesel. Apesar do reflexo negativo da greve, as previsões de resultados para o final do ano foram mantidas (ABr).