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Preocupação do governo é com ‘o futuro’ das contas públicas

em Manchete
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Preocupacao temproario

Preocupacao temproario

Ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

Foto: Edilson Rodrigues/Ag.Senado

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse ontem (12), que o governo não tem dúvidas de que vai conseguir cumprir a meta fiscal deste ano, que permite um rombo de até R$ 159 bilhões nas contas públicas. Mas, com o ritmo de votação de projetos no Congresso, que aumentam as despesas e concedem mais isenções, a preocupação é em relação aos próximos anos. Guardia anunciou que o governo trabalhará com expectativa de alta de 1,6% do PIB este ano, a ser apresentada no próximo dia 22, na divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas.
Oficialmente, o governo ainda trabalha com projeção de crescimento de 2,5% para este ano. “O que temos de assegurar são as condições daqui para frente, e aí temos de assegurar a agenda de reformas”, afirmou o ministro, ressaltando que a aprovação da reforma da Previdência continua “absolutamente fundamental”, até mesmo para dar maior credibilidade para a medida que fixa um teto para a alta dos gastos públicos.
Guardia participou do Broadcast Ao Vivo Interativo. Uma das perguntas enviadas pelos assinantes do Broadcast ao ministro foi sobre a diferença entre o momento atual e o ano de 2002, quando o mercado ficou estressado diante da possibilidade de vitória de Lula. Guardia disse que a questão fiscal agora está pior do que naquela época. Já a situação das contas externas está bem melhor. “A gente tinha a dívida interna atrelada ao dólar. Éramos devedores líquidos em moeda estrangeira”, afirmou.
“Outra diferença é que naquele momento o Tesouro não tinha um colchão de liquidez como o que tem hoje”, disse, ressaltando que o Banco Central também tem mais instrumentos para evitar muita volatilidade no mercado. “Em abril de 2002, o Tesouro tinha menos de R$ 40 bilhões em caixa”, ressaltou. Hoje o “colchão de liquidez” está próximos R$ 600 bilhões. Na área fiscal, Guardia destacou que na época havia superávit primário, enquanto hoje há um déficit primário. Já a inflação hoje é bem menor do que naquela época (AE).