O ex-prefeito Fernando Haddad negou as acusações. |
A Polícia Federal (PF) indiciou por falsidade ideológica o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, devido a supostas irregularidades cometidas nas contas da campanha eleitoral para a capital paulista em 2012. As investigações do caso foram feitas pela Operação Cifra Oculta, iniciada em 2015. A operação, segundo a PF, é um desdobramento da Lava Jato e foi criada por determinação do STF para desmembrar a colaboração premiada de executivos da empresa UTC.
A investigação teve como base a delação premiada de ex-executivos da UTC, principalmente do ex-presidente Ricardo Pessoa. Segundo a PF, ele teria dito em sua colaboração premiada que efetuou pagamento em contabilidade paralela à campanha, ou seja, caixa 2, do então candidato à prefeitura Fernando Haddad.
Os pagamentos, de acordo com a PF, teriam sido operacionalizados pelo doleiro Alberto Youssef para uma gráfica de São Paulo. Segundo os relatos, foram feitos depósitos bancários e pagamentos em espécie para gráfica no valor total de R$ 2,6 milhões.
Em nota, a assessoria de Fernando Haddad disse que o indiciamento é um ato discricionário do delegado João Luiz de Moraes Rosa, ‘que não implica em contraditório’. “O delegado desconsiderou o depoimento do dono da gráfica, o empresário Francisco Carlos de Souza, que negou ter recebido recursos da UTC para quitar divida de campanha do ex-prefeito Fernando Haddad”.
Segundo a nota, o delegado também desconsiderou provas que teriam sido apresentadas e que atestariam a suspensão da única obra da UTC na cidade, o túnel da Av. Roberto Marinho, em fevereiro de 2013, data anterior ao suposto pagamento. “Da mesma forma que outras ações do delegado foram bloqueadas pela Justiça, temos a confiança que está terá o mesmo destino” (ABr)C.