A redução da jornada de trabalho e dos salários fará parte das negociações. |
Rio – A Petrobras vai retomar as negociações com os empregados para implementar mudanças no acordo coletivo propostas no ano passado, ainda durante a presidência de Aldemir Bendine. A estatal quer reduzir a jornada de trabalho para 6 horas e os salários em 25%. Numa primeira tentativa, diante da resistência dos sindicatos, Bendine abandonou o plano. Mas seu substituto, Pedro Parente, dá como certo que conseguirá promover as mudanças, que integram o programa de ajuste das finanças.
A redução da jornada de trabalho e dos salários faz parte das negociações do acordo coletivo que será implementado a partir de setembro. As conversas com os sindicatos começam em breve e devem ser concluídas até o início de agosto. Nenhuma reunião aconteceu até agora.
A visão de um alto executivo da companhia, que não quis ser identificado, é que Parente vai promover um “aperto” nas contas da empresa ainda maior do que o implementado por Bendine. O ex-presidente não era bem quisto pelos sindicalistas, que o apelidaram de “Vendine”, por causa do seu plano de venda de ativos. Dentro do conselho de administração, porém, Bendine arrumou inimizades por ser considerado flexível com os trabalhadores. Esse foi um dos motivos que levaram o presidente da Vale, Murilo Ferreira, a deixar a presidência do conselho da petroleira.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante dos empregados da maior parte das unidades da Petrobras, é ligada ao PT e, no governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha mais influência sobre a companhia. No governo interino de Michel Temer, perdeu força. Segundo a fonte, com a mudança de cenário, principalmente política, há espaço para retomar a proposta de mudança do acordo coletivo (AE).