Foto: José Cruz/ABr Ministro da Economia, Paulo Guedes. |
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou que o governo não tem nenhuma proposta de aumento de impostos. “Nós somos liberais. Os liberais não aumentam impostos, eles simplificam, reduzem ou fazem substituição tributária”, disse, ao ser questionado se o governo prepara alguma medida que envolva aumento de impostos. Explicou que o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, defendeu a desoneração da folha de pagamento e a criação de um imposto sobre pagamentos.
“São 50 milhões de brasileiros que não contribuem para a Previdência, o que é, aliás, uma das razões de a Previdência estar quebrada. O trabalhador ganha pouco e custa muito porque tem toda essa oneração da folha de pagamentos”, acrescentou Guedes. O governo tem “obsessão” por desonerar. “E nesse esforço, uma das considerações alternativas é o imposto sobre pagamentos que o Marcos Cintra namora há muito tempo”, disse.
Segundo o ministro, não há previsão de mudança nas isenções para as igrejas. “É evidente que as igrejas vão manter as imunidades que têm: não pagam Imposto de Renda, imposto sobre propriedade. Ninguém vai mexer com isso. O que está pensando é tributar um espaço novo, para ter uma base boa para desonerar a folha de pagamentos”, disse Guedes. Ele estimou que a desoneração da folha possa gerar entre 2 milhões e 5 milhões de empregos. “O trabalhador vai ganhar mais e custar menos.”
Guedes disse ainda que o pacote de ajuda a estados com dificuldades financeiras será enviado ao Congresso de acordo com o timing [momento oportuno] político. “Queremos evitar o que acontece agora, quando vários governadores assumiram e receberam o carro com o tanque vazio, os estados quebrados. Já que são forçados agora a ajustar as finanças, a gente antecipa alguns recursos para eles para possam sobreviver um, dois anos, enquanto fazem os ajustes”.