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Para FHC, distritão representaria uma ‘deformação maior ainda’

em Manchete
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso discursa no Almoço do Empresário, no Rio.

Rio – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem (17), no Rio, que o sistema eleitoral “está muito deformado” e que a mudança para o chamado “distritão” representaria uma “deformação maior ainda”. FHC defendeu o começo das mudanças no modelo pelos municípios, que serviriam como um laboratório para as Assembleias Legislativas, e essas, ao Congresso.
Ele falou a empresários de diferentes setores num almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Na saída, respondeu rapidamente a perguntas sobre a reforma política e a discussão pelos deputados. “A reforma ainda está mal parada. Tem muita confusão. Meu partido defende o voto distrital misto. Eu acho que deveríamos começar pelos vereadores, para aprender. Vê se dá certo e dá outro passo”.
FHC afirmou que é contra o fundo público de financiamento de campanhas e a favor da volta do modelo anterior, em que empresas podiam contribuir. “Tínhamos de voltar ao bom senso. Tem de baixar os custos da campanhas. Não vejo por que proibir a doação privada. Doa ao tribunal, aí o partido vai lá e leva a conta, para evitar a corrupção. Porque senão o povo vai pagar, e o povo está cansado de pagar.”
Se passar o “distritão”, eleitores votarão apenas em candidatos a deputado e vereador, sem a possibilidade de voto nos partidos, e deixa de haver o quociente eleitoral; assim, são lançados menos candidatos por partido, e só os mais votados se elegem. Uma crítica ao sistema é de que candidatos mais conhecidos do eleitorado e com mais recursos acabarão sendo privilegiados, em detrimento de novatos (AE).