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“O Zé nunca foi dinheirista”, afirma defensor

em Manchete
sexta-feira, 07 de agosto de 2015

Reprodução

Criminalista Roberto Podval.

Curitiba e São Paulo – O criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro José Dirceu, afirmou que ‘o Zé nunca foi dinheirista’. Após acompanhar o depoimento do irmão do ex-ministro, advogado Luiz Eduardo Oliveira e Silva, que também foi preso na Pixuleco, Podval declarou que “é estúpida” a suspeita da Lava Jato de que José Dirceu era o chefe da organização que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014 para desvios, fraudes e propinas.
“Colocarem ele como chefe de quadrilha é uma coisa estúpida. Aí eu vejo delator (Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras) entregando 249 milhões de reais e o Zé pedindo dinheiro para sobreviver. Isso não é chato? Aí ele é o chefe de quadrilha? É a coisa mais estúpida que ouvi. O chefe da quadrilha precisa de dinheiro para sobreviver, enquanto o subalterno tem 250 milhões para entregar à Justiça? Esse mundo tá maluco. Tem que ver o papel de cada um nessa história.”
A PF diz que a empresa do ex-ministro, JD Assessoria e Consultoria, faturou R$ 39 milhões em oito anos, valor supostamente com origem em propinas do esquema Petrobras. A PF diz que Dirceu continuou recebendo propinas mesmo depois de preso na Papuda, em Brasília.
Podval afirmou que o ex-ministro não vai fazer delação premiada. “O Zé morre na cadeia, mas o Zé não faz delação. É só conhecer o Zé Dirceu. Não é um homem que admite fazer delação, pela sua própria estrutura. Ele é um dos dois ou três que morrerão sem fazer delação” (AE).