Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, após reunião com lideranças indígenas. |
Brasília – O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse ontem (6), que não houve nenhuma indicação por parte do governo para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e que o escolhido ainda será definido. Ao comentar a escolha do PSC na indicação do general da reserva do Exército Sebastião Roberto Peternelli Júnior, 61, para presidir a fundação, Moraes disse ainda que “não há lugar reservado para partidos em determinada fundação, em determinada autarquia no Ministério da Justiça”.
“O que se pode fazer e é correto que se faça é indicar pessoas com currículos bons, pessoas qualificadas, como houve a indicação. Agora entre a indicação, a análise e a escolha vai uma distância bem grande, como no caso hoje”, disse. A indicação do general causou indignação entre os índios e organizações ligadas à proteção dos direitos dos povos indígenas, que protestaram ontem cedo em frente ao Palácio do Planalto.
Os líderes indígenas foram recebidos por Moraes e pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Governo). Após a reunião, Geddel confirmou que o nome de Peternelli Junior foi levado e aprovado pela Abin, que costuma fazer averiguação prévia sobre nomes indicados ao governo. Interlocutores do presidente em exercício, Michel Temer, entretanto reconheceram que a indicação causou um “desgaste desnecessário para o governo”. Moraes afirmou que a indicação do general, não foi um erro por parte do partido e afirmou que “não há nenhum veto ao nome indicado pelo PSC, mas não será ele o presidente da Funai” (AE).