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Mercado ilegal representa 16% do PIB, diz ministro da Justiça

em Manchete
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Reprodução TV Globo

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Ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, disse ontem (15) que a economia subterrânea em torno do mercado ilegal no Brasil representa cerca de 16% do PIB do país. A tendência é de diminuição, mas o valor ainda é muito alto. Jardim participou do seminário de promoção da campanha “O Brasil que nós queremos”, em Brasília. A campanha visa conscientizar o setor público e privado e a sociedade da necessidade de coibir a prática de contrabando e da sonegação no Brasil.
Em 2016, o mercado ilegal gerou perdas de R$ 130 bilhões para o país em setores produtivos, como tabaco e vestuário, e sonegação de impostos. Entretanto, segundo Jardim, o valor é muito maior levando em conta toda a cadeia em torno do mercado ilegal. Segundo Jardim, há uma série de atividades sendo realizadas pelas forças de segurança brasileiras em colaboração com os países vizinhos para acompanhar o fluxo dessa criminalidade.
Para ele, a maior dificuldade é a extensão territorial do país, que só de fronteira seca tem quase 17 mil km. “É preciso mais tecnologia, expandir o aparato tecnológico das forças de segurança. Quem tem uma fronteira tão grande não pode pensar só em pessoas”, disse. A limitação orçamentária, entretanto, é um entrave. Para o representante do Movimento Nacional em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, Fernando Bomfiglio, além da política pública é preciso ter compromisso com a análise do impacto econômico e social das decisões, especificamente sobre regulamentações sobre produtos e alta taxa de impostos.
Ele cita como exemplo, o comércio de cigarros. No Brasil 40% dos cigarros vendidos no Brasil são contrabandeados. Para o ministro Torquato Jardim, há dois desafios maiores no combate a essa crime: orçamentário e cultural. Ele questiona o quanto a sociedade civil está disposta a pagar em investimentos e custeio da segurança, e o quanto está disposta a resistir e não consumir produtos ilegais. “[A sociedade] se torna conivente, é parte da operação”, disse ele (ABr).