Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. |
Rio – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou durante a cerimônia de posse do novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que o segredo para o desenvolvimento de um país é ter um mercado livre e competitivo, porém com agências reguladoras fortes. Destacou que a escolha do advogado Marcelo Barbosa para o comando da autarquia que regula o mercado de capitais foi técnica e com critérios de absoluta isenção.
“Vivemos um período complicado em muitos países latino-americanos, com muitos critérios de intervencionismo governamentais”, disse ele, destacando a importância da atuação desses entes para garantir a alocação adequada de recursos e competitividade do País. Na sua avaliação, o Brasil tem uma estrutura regulatória relativamente forte dos mercados. “Para o mercado de capitais crescer, é preciso ter previsibilidade. Para ter previsibilidade, é preciso de estabilidade econômica. A questão fiscal é central para que essa estabilidade da economia seja alcançada”, afirmou.
Meirelles afirmou que ainda não há uma definição sobre o valor que será devolvido pelo BNDES ao Tesouro Nacional. “Estamos simplesmente discutindo com o BNDES a possibilidade de melhor uso dos recursos do banco. O banco tem excesso de caixa. No ano passado já fez uma devolução de R$ 100 bilhões, o que é muito importante”, afirmou. Segundo Meirelles, “não tem sentido o governo pagar taxas de juros de mercado para captar seus recursos, em última análise, pago pelo contribuinte, pela população, e emprestar esse dinheiro para o BNDES a taxas de juros abaixo das do mercado, quando o BNDES, por algum tempo, não tem demanda para isso e fica aplicando esse recurso no mercado financeiro”, concluiu o ministro (AE).