Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. Foto: Divulgação/GM |
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, disse ontem (6), ao participar de almoço-debate organizado pelo Grupo Lide, na capital paulista, que as medidas protecionistas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump preocupam o governo brasileiro pelo risco de causar algum tipo de prejuízo a médio prazo. Segundo ele, eventuais impactos nas exportações brasileiras só serão sentidos depois de 2019.
O ministro citou como exemplo a soja, cuja produção brasileira concorre com a dos Estados Unidos na disputa do mercado consumidor na China. Segundo ele, até o momento, as exportações brasileiras do produto não foram prejudicadas e o país tem colocado seu produto na China a um preço basicamente similar ao que vinha exportando antes da medida de Trump. Uma das preocupações é que a China importe mais soja brasileira e o mercado interno seja desabastecido, encarecendo os preços do produtor nacional.
“Aos exportarmos um volume maior [da soja], poderia faltar o insumo internamente para produção de ração ou aumentar internamente o valor para a produção importante como é a carne, o que poderia tirar nossa competitividade [de exportação da carne a preços competitivos]”, afirmou. Jorge ressaltou que o governo brasileiro defende um equilíbrio comercial entre os países, salientando que qualquer desequilíbrio decorrente de uma medida protecionista pode trazer outros efeitos indesejados para as exportações brasileiras.
De acordo com o ministro, o presidente Michel Temer discutiu com o presidente da China, Xi Jinping, durante reunião na 10ª Cúpula do Brics, em julho, em Joanesburgo, a possibilidade de o governo chinês abrir uma cota para importação de produtos do beneficiamento da soja, como óleo e grão moído. “O governo está atento, nós temos feito o trabalho necessário para que não tenhamos eventualmente qualquer tipo de prejuízo para as nossas exportações” (ABr).