Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou ontem (12), no STF, a primeira denúncia derivada da Operação Lava Jato contra o presidente do Senado, Renan Calheiros. Na denúncia, que envolve também o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), Renan é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter recebido, segundo o MPF, R$ 800 mil em propina do diretor comercial da companhia Serveng, Paulo Twiaschor.
De acordo com Janot, o dinheiro foi repassado por meio de duas doações legais para a campanha política de 2010. O destino oficial do dinheiro foi o diretório nacional do PMDB, que então repassou as quantias de modo fracionado para as campanhas dos políticos, numa estratégia típica de lavagem de dinheiro, segundo a denúncia. No entanto, para Janot, o objetivo real do repasse foi comprar a atuação política de Renan e Aníbal, para que Paulo Roberto Costa fosse mantido na diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Na denúncia, Janot ressalta que o apoio do PMDB a Paulo Roberto Costa foi confirmado nas delações premiadas do senador cassado Delcídio do Amaral, do operador financeiro Fernando Soares (Baiano) e do doleiro Alberto Yousseff. Janot pede que Renan e Aníbal devolvam R$ 1,6 milhões aos cofres públicos, a título de reparação material e de “danos transindividuais causados”. A denúncia resultou na abertura do 11º inquérito contra Renan Calheiros no STF, oito deles derivados das investigações da Lava Jato.
Renan Calheiros divulgou uma nota em que afirma estar tranquilo para esclarecer todos os pontos levantados na investigação que resultou na denúncia contra ele apresentada ontem (12). “O senador Renan Calheiros jamais autorizou ou consentiu que o deputado Aníbal Gomes ou qualquer outra pessoa falasse em seu nome em qualquer circunstância”, diz a nota divulgada pela assessoria de imprensa do Senado (ABr).